Relojoaria suiça de 300 anos cria relógio de armazenamento criptografado

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Laurent Favre, décima geração do clã relojoeiro que reviveu a tradição da família em 2008, diz que o produto não é um simples truque, mas uma evolução que mantenha o relógio mecânico relevante na era moderna. A empresa familiar quase faliu no final dos anos 1970, quando a moda japonesa do relógio de quartzo ameaçou acabar com a tradicional indústria relojoeira suíça.

Para Favre, casar a mais recente tecnologia com uma arte de ofício centenária é a melhor maneira de evitar a repetição de tempos difíceis. "É um pouco como descobrir o futuro dos motores a vapor na era dos trens elétricos", disse ele à agência swissinfo.ch. "Você tem que continuar adicionando recursos relevantes que avançam o design."

Ao contrário de outras marcas que lançaram relógios de edição limitada, com um painel de criptomoeda, e que podem ser comprados com bitcoin, este relógio "oferece algo útil para a comunidade de criptografia, não apenas algo para gastar seu dinheiro".

O relógio também apresenta uma proposta diferente para aplicativos de carteira de criptomoedas que estão sendo incorporados em smartwatches e outros dispositivos.

O novo produto, que tem o título provisório de 'Crypto Mechanical Watch', só estará disponível no meio do ano e custará entre 100.000 e 150.000 francos suíços – ou o equivalente em criptomoedas. O protótipo ainda não foi construído, mas a tecnologia por trás dele já foi desenvolvida.

Um cofre no pulso

Os designers irão incorporar vários recursos de segurança caso o relógio seja perdido, roubado ou destruído. Mas a empresa ainda não está pronta para revelar quais são esses recursos ou como funcionará a nova forma de carteira criptográfica.

Tudo o que se pode dizer por enquanto é que o relógio contará com um dispositivo de carteira "frio" que mantém as criptomoedas seguras quando não estão sendo usadas – um tipo de cofre no seu pulso. Criptomoedas são removidas do cofre quando ficam "quentes" – ou seja, quando são negociadas ou usadas como pagamentos.

Favre começou a mexer com criptomoedas no início do ano passado, quando os preços começaram a explodir. "No começo, eu pensei que eles eram apenas ganhos financeiros para especuladores", disse ele. "Mas logo percebi que havia um movimento privado de segurança de dados por trás deles".

"Muitas pessoas se desiludiram com a tecnologia após os escândalos da Cambridge Analytica e do Facebook no ano passado", acrescentou. "As pessoas descobriram que as empresas estavam usando dados sem o seu conhecimento e, às vezes, para fins suspeitos".

"A única maneira de reparar a confiança é usar a tecnologia para o benefício da humanidade, não apenas de algumas grandes corporações".

A Favre também está explorando maneiras de incorporar o blockchain, a tecnologia por trás das criptomoedas, à empresa de 300 anos de idade. Isso pode incluir livros digitais para registrar transações ou cripto-ações da empresa.

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