Adoção de tecnologias 4G divide opiniões

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Se de um lado as operadoras mostram-se cautelosas quando o assunto é a implantação de redes 4G e se preocupam mais com a implantação de capacidade de transmissão, os fabricantes não poupam argumentos para promover as novas tecnologias de banda larga móvel. Esse dualismo foi uma das tônicas do primeiro painel do 2º Wireless Broadband, evento realizado pela Teletime nesta quarta-feira, dia 1º, em São Paulo, que contou com palestrantes dos vendors e das teles.
Wilson Cardoso, head de Solution Sales Management da Nokia Siemens para a América Latina, reiterou o argumento de que no segundo semestre de 2011 as redes móveis sofrerão um colapso em sua capacidade de transmissão, sobretudo nas regiões metropolitanas, e terão de migrar para a tecnologia de quarta geração LTE. "A LTE quebrará a barreira dos 2,5 Mbps e estabelecerá um novo limiar de redes de acesso", diz. Essa opinião se contrapõe à de José Geraldo de Almeida, diretor da Motorola, para quem a LTE só se tornará realidade no país a partir de 2014. "Não acredito que o driver para a entrada da LTE no Brasil será a falta de espectro, até porque ela pode ser aplicada no reuso das faixas de 850 MHz, 1,8 GHz e 2,1 GHz, ficando o WiMax para a faixa de mercado que se encontrar carente de acesso", prevê. Para ele, o cenário é de uma coexistência entre a LTE, WiMax e fibra, de acordo com a demanda e de até quanto o usuário está disposto a pagar. "Além do mais, as operadoras acabaram de realizar grandes investimentos no 3G, não vejo a LTE como realidade no país antes de 2013", completa.
Marcio Nunes, diretor de Core da Claro, parece pouco preocupado com a futura demanda por maiores taxas de acesso, uma vez que a operadora possui licença da HSPA e seguirá o caminho evolutivo da tecnologia, podendo, assim, superar os 20 Mbps. No entanto, ele revela que as teles móveis não estão preocupadas com altas velocidades de acesso no momento pois, além das limitações técnicas, no Brasil o número de usuários que necessitam de taxas de velocidade superiores a 8 Mbps não passa dos 20% a 30%. A opinião é compartilhada por Roberto Guenzburger, diretor de segmentos da Oi. "O 3G é ideal para massificar a banda larga. As demandas corporativas e outras de maior banda serão atendidas pelas teles fixas", diz. O chefe de marketing PME nacional da Embratel, Ricardo Pereira, aproveitou o gancho e afirmou que nesse contexto de coexistência a tecnologia WiMax se destacará juntamente com as redes 3G, ficando a primeira como ferramenta de universalização da banda larga a regiões remotas e/ou carentes de acesso e a segunda para trazer mobilidade de acesso.

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