?Precisamos de uma mudança como a que ocorreu na década de 90?, afirma Jesper Rhode, vice-presidente de marketing e tecnologia da Ericsson, referindo-se à privatização do Sistema Telebrás.
O executivo criticou fortemente o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que não contempla investimentos em infra-estrutura de telecomunicações.
Ele cita um estudo divulgado no ano passado pela Business School of London, segundo o qual a cada 10 pontos percentuais que a penetração da telefonia celular avança, há um reflexo de 0,5% no PIB.
?Há a idéia de que investir em telecomunicações é coisa de País pobre, mas é justamente o contrário. As redes de telecomunicação são a parte vital para o desenvolvimento de todos os setores da economia?, reclama. Ele cita como exemplo o caso da Coréia do Sul, que na década de 60 tinha um nível de desenvolvimento bastante inferior ao brasileiro. Mas, na década de 70 o País investiu 10% do PIB em telecomunicação, em média, e hoje pode ser considerado um país desenvolvido.
Rhode comparou o desempenho das operadoras brasileiras com as de outro país emergente, a Rússia. Segundo ele, lá o custo de aquisição do cliente é de mais ou menos US$ 20, enquanto que no Brasil é de US$ 70. Por outro lado, a receita média por usuário (Arpu) dos russos é de aproximadamente US$ 8; aqui é de US$ 12. Esta diferença tem reflexo direto na rentabilidade do negócio.
A margem Ebitda das operadoras na Rússia fica acima de 45%; no Brasil, em torno de 20%. ?O Brasil precisa de uma nova visão, de uma mudança realmente expressiva.?