O aplicativo de caronas Uber, que viabiliza corridas particulares unindo motoristas autônomos e passageiros, concluiu uma nova rodada de investimentos que valoriza a empresa para algo próximo a US$ 51 bilhões, igualando-o ao Facebook. O app levantou cerca de US$ 1 bilhão, o que eleva o total de recursos obtidos com aportes para mais de US$ 5 bilhões.
Em maio, o Uber havia informado os investidores que o plano era levantar entre US$ 1,5 bilhão e US $ 2 bilhões com a rodada, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto disseram ao The Wall Street Journal.
O aporte vai permitir ao Uber reforçar sua tecnologia e expandir a atuação fora dos Estados Unidos. Entre os investidores nesta última rodada estão a Microsoft e o braço de investimentos do conglomerado de mídia indiano Bennett Coleman & Co., disse uma das pessoas próximas ao assunto.
O valor de mercado do Uber, que foi fundado em 2009 nos EUA, atingiu seu ponto alto antes do Facebook, que só foi alcançado em 2011, quando a rede social já tinha quase sete anos de idade. A valorização da empresa em relação à sua receita é também maior do que a do Facebook no mesmo período.
A título de comparação, quando o Facebook obteve pela primeira vez US$ 50 milhões em uma rodada de investimentos, ele tinha gerado cerca de US$ 2 bilhões em receita nos 12 meses anteriores. Já o Uber contabilizou receita de mais de US$ 400 milhões no ano passado e projeta atingir US$ 2 bilhões neste ano, segundo o jornal americano.
O crescimento do Uber é reflexo de sua expansão global agressiva, em mais de 300 cidades, em 57 países, e da enorme popularidade do app de transporte privado entre os milhões de usuários diários dos seus serviços. O aumento também é um sinal do valor cada vez maior de empresas de tecnologia, tanto públicas como privadas. O índice Nasdaq Composite atingiu no início deste ano um patamar de quase duas vezes o nível de janeiro de 2011.
O Uber encabeça a lista de 104 startups que receberam aporte de fundos de capital de risco avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais, de acordo com a Dow Jones VentureSource. Os últimos financiamentos obtidos pela empresa superaram a da fabricante chinesa de smartphones Xiaomi, que atingiu valorização de US$ 46 milhões em dezembro do ano passado.
No ano passado, o Uber levantou US$ 600 milhões com o Baidu, maior site de buscas da China. E essa aliança tem ajudado o app de caronas a competir com a rival chinesa Didi Kauidi Joint Co., que tem o apoio de duas principais empresas de internet da China, o Alibaba e a Tencent.
Segundo as fontes ouvidas pelo jornal americano, o Uber também está em fase adiantada de conversações com fundos de investimentos para criar o UberChina, unidade separada que seria financiada por investidores locais. O negócio pode ser fechado já na próxima semana, disse uma das fontes.
Além disso, embora não tenha admitido publicamente que tenha planos para fazer uma oferta pública inicial de ações, o Uber já vendeu títulos de dívida conversíveis a investidores, cujo valor está atrelado em parte a um IPO futuro. A empresa também negocia uma linha de crédito de US$ 2 bilhões com um grupo de grandes bancos, movimento muito comum entre empresas que planejam fazer IPO.