SP tem rede de diagnóstico de infartos com testes enviados por celular

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A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo implantou, em junho deste ano, uma rede para identificar, à distância, pacientes com síndrome coronária aguda que dão entrada em hospitais e prontos-socorros do Estado. Conhecido como Point of Care Test, o sistema não é novidade fora do Brasil, mas é o mais moderno teste para verificar os níveis de troponina, importante marcador de necroses; diagnosticar angina instável ou mesmo infarto do miocárdio, segundo a Secretaria.
O Point of Care Test (POCT) ou, em tradução livre, "teste laboratorial à beira do leito" funciona como um teste portátil de laboratório e tem o tamanho de uma máquina de cartão de crédito. No aparelho há um cartucho descartável no qual é inserida a amostra de sangue, que é testada na hora, e o resultado enviado para uma central especializada em doenças do coração.
Uma das vantagens deste teste é a quantidade da amostra: com apenas uma picada no dedo, já é possível obter a quantidade de sangue suficiente para verificar o nível de troponina. Outro benefício é a agilidade no resultado por meio destes testes, o que equivale a 10 minutos para o valor da troponina, por exemplo.
O procedimento é o seguinte: o paciente é submetido a um exame de eletrocardiograma que, aliado a informações clínicas, indicam um possível quadro de infarto. O Point of Care Test (POCT) é transmitido, junto com o eletrocardiograma, por sinal de telefonia celular ao hospital estadual Dante Pazzanese, onde cardiologistas de plantão fazem o diagnóstico.
Três hospitais da rede estadual (o Conjunto Hospitalar do Mandaqui, Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos e o Instituto Dante Pazzanese) participaram do projeto-piloto, e a agora o sistema está se expandindo para todas as unidades com atendimento de urgência, com o objetivo de diminuir a mortalidade por infartos. Segundo a Secretaria, o objetivo é que todos os grandes hospitais da rede pública de São Paulo já estejam integrados a rede.
No projeto piloto, que teve início em 2010, foram realizados mais de 170 mil exames com a tecnologia. Em 2009, sem a rede, eram feitos cerca de 60 mil exames cardíacos no estado de São Paulo.
"Queremos que todos os hospitais da rede pública paulista alcancem os índices de padrões mundiais de detecção de infartos alcançados pelo Dante Pazzanese hoje", explica Ricardo Tardelli, coordenador estadual de Saúde.
No Instituto Dante Pazzanese, a central é coordenada pela divisão de Bioengenharia e, sob o comando do engenheiro Dr. Cantídio de Moura Campos Neto, o serviço utiliza sinal de celular para encaminhar o exame à Central de Laudos e enviar o laudo à unidade solicitante, em um período médio de 20 minutos.
O serviço de teleeletrocardiograma conta com uma equipe especializada de 14 cardiologistas e mantém em pleno funcionamento 24 horas por dia, no ano inteiro, o que elimina distâncias e permite um diagnóstico mais rápido e preciso, com laudos emitidos por especialistas.
Hoje já são 75 hospitais, ambulatórios e postos de saúde integrados à Central de Laudos do Instituto Dante Pazzanese. Segundo informações da direção do Instituto, nada mudou em relação à TI, ou seja, todo o parque de informática foi mantido, sendo feita apenas uma adaptação para que os computadores recebessem os dados enviados.
"Com a expansão do serviço, percebeu-se que houve uma redução significativa dos pacientes externos que vinham realizar o exame de eletrocardiograma diretamente no ambulatório do Dante", afirma o Dr. Cantídio Moura Campos Neto, que completa dizendo que não há um retorno financeiro imediato para o instituto e que o maior benefício é para os pacientes, já que agora os resultados são recebidos pelos hospitais em menos de uma hora. Antes dessa tecnologia, demorava-se até duas semanas para que o resultado ficasse pronto.

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