Desafios para a inadiável adoção do IPv6

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O IPv4 acaba de atingir o limite máximo previsto de 4 bilhões de endereços de IP (Internet Protocol) e entra, agora, na fase de esgotamento, segundo informações da Latin America And Caribbean Network Information (LACNIC). A partir de agora, a alocação de endereços IPv4 passa por regras extremamente restritivas, limitando a quantidade de endereços que cada provedor de internet poderá receber a cada seis meses, impactando diretamente os grandes provedores da região, incluindo o Brasil, que precisam alocar endereços IPv4 para seus assinantes.

A principal preocupação agora é a adoção do IPv6, seu sucessor. A diferença entre o IPv4 e a nova versão do protocolo é o número de endereços únicos que cada protocolo pode fornecer. O IPv4 é formado por endereços de 32 bits ou 4.294.967.296 possíveis endereços únicos. Já o IPv6 é formado por endereços de 128 bits, o que possibilita alocar até 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 endereços únicos.

O IPv6 é a única forma consistente da internet continuar crescendo e atendendo às demandas de seus usuários. Além disso, para que o IPv6 funcione, os provedores de internet e provedores de conteúdo precisam adequar suas redes, equipamentos, tecnologias e processos, fazendo com que o IPv4 e o IPv6 convivam, harmoniosamente, por um tempo juntos e até que todos os dispositivos e aplicações conectadas à internet suportem o novo protocolo.

Essa contratação implica diretamente em investimentos em Capex e Opex (investimentos de capital e operacional, respectivamente) e tempo para adequação dos seus ambientes de redes e sistemas. Imagine o esforço necessário para uma grande operadora de telecomunicações fazer uma alteração grande como essa em tão pouco tempo, à medida que precisa continuar suportando seus milhões de usuários, várias tecnologias e muitas pessoas trabalhando em conjunto. Com certeza, será um processo longo e trabalhoso.

A implementação do novo protocolo IPV6 é, a partir de agora, uma das principais preocupações das empresas brasileiras. E infelizmente não é possível marcar um dia para fazer a mudança, que é inadiável e depende de um esforço global, onde todas as partes: provedores, fabricantes de equipamentos e software e até mesmo os usuários finais precisarão se adaptar à nova realidade.

*Ricardo Pierini é chefe de vendas da Pinpoint.

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