Offshore de contact center deve ganhar força no país, prevê especialista

0

Até 2010, o número de profissionais de atendimento de contact centers no Brasil deve chegar a 1 milhão, o que, se confirmado, deve representar quase seis vezes a quantidade de atendentes existentes em 1998, antes da privatização do sistema Telebrás, quando havia 180 mil pessoas trabalhando nessa área.

A projeção é do consultor Kendi Sakamoto, diretor da Contact Center Consulting, feita durante palestra nesta quinta-feira (5/7) no 2º Seminário Call Center IP, realizado em São Paulo pela Converge Comunicações que publica as revistas TI INSIDE e TELETIME.

Hoje, segundo o consultor, o número total de profissionais de atendimento no país é de cerca de 750 mil, sendo que para 45% deles esse é o primeiro emprego com registro na carteira de trabalho, o que demonstra que os contact centers já se configuram, também, como uma nova frente de geração de trabalho para jovens no país. Outro dado interessante é que 76% dos atendentes são mulheres e 10%, pessoas com mais de 40 anos de idade.

De acordo com Sakamoto, os contact centers são hoje um dos setores que mais empregam no Brasil e que devem continuar crescendo nos próximos anos. ?Apenas para dar uma idéia da demanda por profissionais dessa área, atualmente o país necessita de uns 6 mil supervisores e coordenadores de centros de contato?, calcula. Mas, para o consultor, apesar do potencial de crescimento, o país ainda avança a passos lentos, principalmente no que diz respeito à prestação de serviços de terceirização offshore.

O Brasil, segundo Sakamoto, ainda está muito atrás de países como Índia, China, Filipinas e alguns do Leste europeu. ?Mesmo no ranking da América Latina, o país perde para o Chile e a Argentina, onde o offshore de contact center tem avançado mais rapidamente. Até mesmo Angola, na África, tem crescido mais do que nós nessa área?, observa. A razão disso, segundo ele, se deve a uma conjunção de fatores que o Brasil ainda não conseguiu resolver e que têm impactado negativamente no avanço dessa modalidade de serviço. Entre eles, aponta as leis trabalhistas e a barreira do idioma como os problemas-chave para que o país possa deslanchar nessa área.

Para Sakamoto, contudo, esse cenário tende a mudar nos próximos anos. Ele cita como sinal desse mudança a atuação de algumas empresas como a gaúcha Zanc, empresa de contact center localizada em Porto Alegre e que mantém operações também em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Desde o ano passado, a empresa oferece serviços de offshore para operadora de telefonia sueca Tele 2. Para tal, a Zanc selecionou atendentes na cidade de Novo Hamburgo, o principal núcleo de imigrantes alemães do Rio Grande do Sul. ?Neste ano, a empresa passou também a fornecer offshore para a portuguesa TV Cabo, pertencente ao grupo Portugal Telecom?, diz.

Sakamoto cita também o caso da ACS, uma das primeiras do setor a fechar negócios internacionais na área de call center, no início de 2004, com a empresa americana Call Logic, e que hoje presta serviços offshore para outras empresas estrangeiras.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.