Nokia revê projeção trimestral para baixo e abala bolsas

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A Nokia anunciou nesta sexta-feira, 5, que a sua participação de mercado irá encolher no terceiro trimestre, encerrando um período de crescimento quase ininterrupto, o que reduziu o preço de suas ações em mais de 11%. A fabricante finlandesa manteve a sua previsão anterior de que as vendas de celulares em unidades no ano irá aumentar, mas admitiu pela primeira vez que os preços agressivos praticados por seus concorrentes estão abaixo do mercado.

A divulgação da previsão decepcionou os investidores, que acreditavam que a indústria de celulares era imune à desaceleração econômica global. Isso fez com que as ações da Nokia despencassem 11,3%, fechando o pregão na bolsa em 13,93 euros nesta sexta-feira, seu nível mais baixo desde novembro de 2005.

A notícia também atingiu ações dos principais fornecedores da companhia finlandesa. As da STMicroelectronics caíram 5,5%, para 8,15 euros, enquanto os papéis da Qualcomm recuaram cerca de 0,8% na bolsa eletrônica Nasdaq, e a da Texas Instruments caíram 1,8% na Bolsa de Nova York.

A Nokia não é a primeira grande fabricante de telefones móveis com problemas em seu balanço neste ano. A Sony Ericsson, a quinta maior fabricante mundial de celulares, emitiu dois alertas de redução de lucro, sob a alegação de que os consumidores estão comprando menos aparelhos do que anteriormente, principalmente nos mercados europeus devido à desaceleração econômica.

A Nokia ressaltou, porém, que a diminuição de sua participação de mercado decorre da decisão de não participar da guerra de preços com concorrentes como a sul-coreana Samsung. "A estratégia da Nokia é participar do mercado somente quando acreditar que seja rentável e sustentável no longo prazo. A Nokia não participará de práticas de preço agressivas como as verificadas nos últimos meses por considerar que o impacto negativo seria maior do que os lucros de curto prazo", disse a empresa em comunicado. Apesar desse compromisso com a rentabilidade, o documento deixou escapar, pela primeira vez, que a empresa não é impermeável à pressão da concorrência e que não pode ser prejudicada.

Os analistas levantaram dúvidas sobre a sustentabilidade do modelo de negócios da Nokia, de aumentar a participação de mercado, especialmente em grandes mercados emergentes, e ao mesmo tempo expandir a sua rentabilidade sem reduzir os preços de seus terminais.

Quando divulgou os resultados do segundo trimestre, em julho, a empresa informou um crescimento dos ganhos por ação de 13% e aumentou as projeções de vendas para este trimestre. As vendas no segundo trimestre cresceram 4%, para 13,2 bilhões de euros (o equivalente a US$ 20,9 bilhões), enquanto que a sua margem operacional subiu de 11,1%, no segundo trimestre de 2007, para 14,7%, apesar de a média de preços de seus aparelhos terem caído de 79 euros para 74 euros.

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