RadioShack entra com pedido de concordata nos Estados Unidos

0

Conforme já era esperado pelo mercado, a RadioShack entrou na quinta-feira, 5, com pedido de recuperação judicial (Chapter 11, como é conhecido nos EUA). A loja é uma das marcas mais tradicionais do varejo de produtos eletrônicos norte-americano, com 94 anos de existência, mas nos últimos 11 trimestres passou a viver uma crise de liquidez e perdas financeiras.

Com o pedido de concordata, a empresa, que vai manter a marca RadioShack, vai reduzir o número de lojas em cerca de 50% ­— hoje ela possui mais de 4 mil lojas — e negocia um projeto de co-branding com a operadora de telefonia móvel Sprint. Para todos os efeitos, no entanto, é o fim da RadioShack como os consumidores conhecem.

A RadioShack personifica o tipo de empresa tradicional, com pontos-de-venda físicos, que vem enfrentando sérias dificuldades em meio ao crescimento de varejistas online, como Amazon.com e eBay. Muitos dos produtos eletrônicos vendidos em suas lojas podem ser adquiridos online a preços muito mais em conta.

O atual CEO da companhia, Joseph Magnacca, um ex-executivo da Walgreens, tentou revitalizar a marca através da introdução de mais produtos populares, tais como smartphones e alto-falantes com Bluetooth. Muitas das lojas também foram remodeladas, outras fechadas e houve um grande investimento em publicidade, mas o resultado não foi o esperado.

A receita da RadioShack vinha caindo a cada ano desde 2006, e no último ano fiscal, encerrado em novembro de 2014, totalizou US$ 2,3 bilhões, cifra 46% abaixo da registrada em 2010. Além disso, ela também fechou o exercício fiscal com prejuízo líquido de US$ 633 milhões.

O maior acionista da RadioShack é o fundo Lightspeed Management, que detém 8,9 milhões de ações da empresa ou 8,8%, de acordo com dados de 3 de outubro de 2014 da S&P Capital IQ. O segundo maior acionista é o investidor ativista Standard General, que possui com 8,1 milhões de ações ou 8,1% dos papéis em circulação, e planeja comprar de 1,5 mil a 2,4 lojas da RadioShack. A empresa está negociando o que fazer com os seus outros ativos, incluindo as lojas que não fazem parte do acordo com a Standard General, segundo o jornal USA Today.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.