Unesp cria micro popular com custo de produção inferior a R$ 500

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Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Ciências da Unesp, do campus de Bauru, liderado pelo professor Eduardo Morgado, projetou um novo modelo de computador portátil, batizado de Cowboy. O protótipo teve um custo de produção inferior a R$ 500. ?Em escala industrial esse valor pode ficar bem inferior a R$ 400 por unidade?, afirma o docente.

O projeto começou em novembro de 2005 e consumiu um investimento de aproximadamente R$ 80 mil da Unesp. A intenção inicial era criar um dispositivo móvel inovador, de baixo custo e com tecnologia nacional para uso nas salas de aula. ?Ele tem menos recursos que um PC ou notebook, mas é superior a um PDA ou computador de bolso?, explica Morgado.

A principal inovação do projeto foi o seu desenvolvimento com base no conceito de ?computação confortável?, que permite uma navegação mais simples, organizada e intuitiva, ou seja, que exige pouco conhecimento de informática. Com o objetivo de melhorar as funções multimídia e simplificar as configurações de hardware da máquina, optou-se por uma versão aberta do Windows CE, que é usada em computadores de mão. ?Essa alternativa oferece a melhor relação entre custo de desenvolvimento e experiência do usuário?, esclarece Morgado.

Segundo Daniel Igarashi, que utilizará a experiência em sua dissertação de mestrado na Faculdade de Ciências, o Windows CE foi escolhido por se adaptar bem à proposta do Cowboy e por ser de código aberto ? que permite acesso ao código fonte e modificações no programa original. Com capacidade de processamento multimídia equivalente à de um Pentium 3, o protótipo pode dispensar o uso do mouse, em função de sua nova proposta ergonômica, em que cada aplicação pode ser acessada por uma única tecla.

O computador terá um painel de cristal líquido (LCD) de 7,7 polegadas que desliza sobre o teclado, para que seja usado como um livro eletrônico. O protótipo tem processador Risc de 400 MHz, 128 MB de memória RAM, tela colorida de alta resolução, 1 GB de capacidade interna e conectividade sem fio e por cabo, saída de vídeo para TV ou monitor de PC.

De acordo com Morgado, o computador oferece uma nova interface com o usuário, com editor de textos e leitor de documentos (e-book), tocador de MP3 e vídeos MPEG-2. Também possui suporte a softwares educacionais, acesso a outros computadores (como terminal remoto) e recepção de mensagens instantâneas, além de conexão com outros dispositivos sem exigir configuração adicional da máquina. Isso será possível porque o projeto adota a tecnologia UPnP (Universal Plug and Play), que facilita a conexão entre dispositivos de informática.

Todo o projeto, do gabinete à placa-mãe, pode ser produzido no Brasil, tanto que já existem algumas unidades da placa-mãe fabricadas no país. Essa característica, segundo Morgado, pode levar a uma significativa geração de empregos, caso o projeto ganhe escala industrial.

Os projetos de hardware, software e design foram desenvolvidos no Laboratório de Tecnologia da Informação Aplicada (LTIA), ligado ao Departamento de Computação da Faculdade de Ciências, com o apoio das empresas Tecnequip e MSTech. Sediada na capital paulista, a primeira atua no de desenvolvimento de hardware e equipamentos de alta tecnologia. A segunda, localizada em Bauru, é uma empresa de tecnologia da informação, provedora de soluções para os segmentos educacional e corporativo.

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