Toshiba pode abrir fábrica de chips no Brasil, diz secretário

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Embora seja um processo longo, a abertura de uma fábrica de chips no Brasil pelos japoneses está em estágio adiantado de conversações. A afirmação foi feita pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Agusto Gadelha, nesta quarta-feira, 6, no 1º Festival de Tecnologia de Petrópolis, cidade da região serrana do Rio de Janeiro. De acordo com o secretário, a empresa que demonstrou maior interesse em investir em uma fábrica de chips no Brasil foi a Toshiba.

Gadelha ressaltou que recentemente o governo recebeu a visita de uma delegação japonesa para discutir os investimentos e a possível instalação da fabricante no país, que, se confirmada, exigirá recursos da ordem de US$ 6 milhões a US$ 8 bilhões. "O investimento é alto, por isso tem de ser feito aos poucos", ponderou.

De acordo com o secretário, num primeiro momento está sendo estudada a montagem de uma fábrica de protótipo, que custaria menos de US$ 1 bilhão. A partir daí, seria instala a fábrica propriamente dita. Segundo Gadelha, todo o processo deve levar cerca de dez anos. Ele compara o processo de implantação da fábrica de chips da Toshiba similar ao da AMD, que tenta há dez anos instalar uma planta industrial em Nova York, mas ainda não conseguiu, mesmo sendo uma fabricante americana.

Mercado de chips brasileiro

Mas enquanto espera a chegada da fábrica japonesa, o Brasil pretende avançar na produção de chips. No dia 31 de julho, o presidente Lula sancionou a lei que cria o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), especializada no desenvolvimento e produção de circuitos integrados de aplicação específica (ASICs). A unidade já recebeu cerca de R$ 270 milhões em investimentos do governo federal, e até o fim de 2009 deve concluir a fabricação do primeiro circuito integrado desenvolvido no país (veja mais informações acessando "links relacionados" abaixo). Sediada em Porto Alegre, a empresa poderá contar com unidades em outros estados e até no exterior.

Segundo Gadelha, o Ceitec produzirá em até cinco anos 200 milhões de circuitos integrados, e a expectativa é, dentro desse prazo, gerar lucro de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões. Mas ele explica que no primeiro ano de funcionamento a fábrica produzirá bem menos que a sua capacidade.

O secretário frisa ainda que o centro não tem intenção de competir com fabricantes como Intel e AMD. "Nosso foco é o atender a demanda regional e atrair as pequenas e médias empresas. "A fábrica não terá nem em dez anos infra-estrutura para receber os mercados que os gigantes atendem", finalizou.

A jornalista viajou a Petrópolis a convite dos organizadores do 1º Festival de Tecnologia de Petrópolis.

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