Startups brasileiras vão apresentar projetos em conferência no Canadá

0

Duas empresas brasileiras, ainda em fase embrionária (startups), foram escolhidas para ganhar uma viagem com despesas pagas para participar do Canadá 3.0, vento "irmão" do Brasil 3.0, que ocorrerá de 26 a 28 de maio de 2014 em Calgary, no Canadá.

A escolha foi feita durante a Conferência Brasil-Canadá 3.0, realizada em João Pessoa, na Paraíba, na qual as startups apresentarem seus projetos. Cerca de mil pessoas participaram do encontro, incluindo 50 canadenses que vieram ao Brasil especialmente para o evento.

Diversos trabalhos foram apresentados no evento, entre eles, o projeto Jogos de Estímulo Criados para Pessoas Especiais (Jecripe), desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense para atender às necessidades específicas de grupos de pessoas pouco atendidos pelo mundo dos jogos eletrônicos, como pessoas com síndrome de Down em idade pré-escolar. O programa de computador pode ser baixado livremente no link http://www.jecripe.com/. O projeto foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar e o principal personagem do jogo tem feições de uma pessoa com síndrome de Down.

"Fui motivado por ser filho e irmão de fonoaudiólogas, que utilizam jogos para estimular crianças com diferentes tipos de necessidades especiais. Existem planos para abordar outros tipos de perfis, além da síndrome de Down, como, por exemplo, o autismo, paralisia cerebral entre outros, podendo ser usado por pessoas que precisam de estímulos musculares", disse André Luiz Brandão, pesquisador, doutor em computação e coordenador do projeto. Desenvolvido em 2009, o projeto teve uma pausa e ganhou um novo impulso, com os estudos para a elaboração do Jecripe 2.

Érica Hoeveler também foi à João Pessoa para tentar novos incentivos para o portal professoresdeplantão.com.br, uma plataforma educacional que coloca em contato graduandos, mestrandos e doutorandos das melhores universidades do país para resolver exercícios e tirar dúvidas de estudantes dos ensinos básico e superior. O aluno compra um pacote de minutos pré-pago e o portal remunera o professor. As aulas ocorrem por meio de uma plataforma online, com vídeos e chats. "Fiz muitos contatos, que acham que vão render parcerias com as universidades", disse.

O cônsul-geral do Canadá em São Paulo, Stéphane Larue, destaca que o seminário também é importante para seu país. Ele lembra que, em 2008, Brasil e Canadá assinaram um acordo de cooperação em ciências biológicas, tecnologia da informação e comunicações (TIC), além de oceanografia e tecnologias verdes.

Na ocasião, foi criado um comitê para formaliza a relação entre esses setores. Mais precisamente no setor de TIC, o Brasil trouxe a Conferência Brasil-Canadá 3.0, que é similar a que existe naquele país, com empresas, universidades, governo e cidadãos para discutir a influência das novas tecnologias na vida cotidiana. "Além disso, abre oportunidade para jovens empreendedores que necessitam de um impulso para o novo negócio", disse.

Fernanda Whitaker, assessora do consulado, destaca que as empresas que foram à Paraíba trabalham fortemente com startups brasileiras. Antes, o grupo de canandenses participou de um evento inicial em São Paulo, com empreendedores de outras cidades, e que teve continuidade em João Pessoa. "A gente gostaria de ver um movimento maior neste sentido. Outra área que está se desenvolvendo bem é a área de games [jogos de computadores]. Tivemos agora uma delegação brasileira que foi para o Canadá, com representantes de São Paulo, do Rio Grande do Sul e de Brasília".

O objetivo dos organizadores é trazer outros países para este tipo de conferência, e não só o Canadá. Para Percival Henriques, presidente da Associação Nacional para Inclusão Digital (Anid) e membro do Comitê Gestor da Internet (CGI), além da troca de conhecimento, o evento serve ainda para tentar equilibrar a balança comercial no setor de software, que tem um déficit de US$ 5 bilhões.

"Para o Brasil, é mais interessante descobrir dois ou três Steve Jobs [criador da empresa de tecnologia Apple e responsável pelo iPhone e iPad] do que uma bacia de petróleo daquelas de Campos. Parece absurdo, em números frios é absolutamente isso. Só aqui no Nordeste, nós também temos um potencial imenso", disse.

Segundo ele, quando se discute com o Canadá, que já tem o principal motor para desenvolvimento tecnológico, com a interação entre o universo acadêmico, empresa e governo, é possível observar como no Brasil ainda existe uma grande dificuldade para resolver esse tipo de problema. "Por isso, a importância do encontro é fazer estes setores conversarem e mostrar para os jovens participantes do evento que é possível montar uma empresa, aos 25 anos de idade, por exemplo, e obter sucesso." Com informações da Agência Brasil.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.