A falta de mão-de-obra qualificada foi o motivo principal que levou Petrópolis, cidade da região serrana do Rio de Janeiro, a criar o projeto Petrópolis-Tenópolis por meio de um acordo de parcerias público-privadas (PPP) para o desenvolvimento social econômico da região. O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, ressaltou a importância da união e dos esforços para transformar a cidade em pólo de tecnologia. "Queremos que a tecnologia esteja presente na vida de Petrópolis e em todos os estágios do saber", afirmou.
Segundo ele, a cidade conta hoje com a instalação de 72 empresas e promete a abertura de 1,2 mil vagas de empregos na área de tecnologia da informação em até três anos. Essa, aliás, segundo o Bomtempo, foi uma das razões por a cidade estar sediando o 1º Festival de Tecnologia de Petrópolis, que ocorre até este sábado, 9. O evento, iniciativa do Movimento Petrópolis-Tecnópolis e que conta com a parceria do Ministério da Ciência e Tecnologia, foi a forma encontrada pela Prefeitura para atrair empresas de base tecnológica, até porque trata-se de uma indústria limpa cujo processo de produção não afeta o meio ambiente da região.
A cidade também quer ganhar destaque com projetos de inovação tecnológica, um dos pontos, por sinal, que foram alvo de cobrança do secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Antonio Elias, durante sua palestra no evento. Ele exortou as autoridades, empresários e profissionais presentes a participarem de iniciativas envolvendo a inovação tecnológica. "Precisamos de projetos", enfatizou.
O secretário disse que os recursos previstos no Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACT&I – 2007-2010) – lançado em novembro do ano passado -, no valor de R$ 41 bilhões serão repassados por meio das instituições federais para investimentos em inovação tecnológica, o que abrange projetos em TI, recursos humanos, equipamentos e qualificação de mão-de-obra. "A meta é que o Brasil consiga exportar US$ 3,5 bilhões em Tecnologia da Informação até 2010", completou.
A questão da mão-de-obra também foi um dos principais temas da mesa-redonda de CIOs do setor petroquímico, que apontaram a falta de profissionais qualificados como um dos maiores desafios para os projetos de tecnologia das empresas. "Temos que contratar mão-de-obra de fora por um preço muito mais caro", observou Rômulo Barroso, CIO da Shell Brasil, ao falar sobre a necessidade de formação de pessoal.
A jornalista viajou a Petrópolis a convite dos organizadores do 1º Festival de Tecnologia de Petrópolis.