Num documento encaminhado nesta quinta-feira, 7, na Securities and Exchange Comission (SEC), órgão responsável pela fiscalização do mercado de capitais americano, o Google alertou que a participação de 5% que detém na America Online (AOL) pode valer menos que o US$ 1 bilhão de investimento feito em 2005 por meio de publicidade on-line na divisão de internet do grupo de mídia Time Warner.
A menos que haja uma mudança, com uma eventual aquisição da companhia, que diminuísse os prejuízos financeiros, o Google acredita que o investimento feito na AOL continuará sendo deficitário. Está foi a primeira vez que a empresa admitiu que houve uma perda de valor do investimento e que a contabilização desses prejuízos pode vir a ser necessária no futuro. "Acreditamos que o nosso investimento na America Online possa ser deficitário", disse o Google no comunicado, segundo informações da versão on-line do jornal americano New York Times.
O Google comprou a participação em grande medida para impedir o aumento da publicidade on-line dos parceiros da AOL e barrar qualquer tentativa da Microsoft de comprar a empresa. O investimento também ajudou a aumentar o valor de mercado da AOL, avaliada na época em US$ 20 bilhões.
Ocorre, conforme tem sugerido alguns analistas, que a AOL pode ter hoje um valor de mercado inferior a US$ 10 bilhões – Google não fez nenhuma estimativa no documento enviado à SEC daquilo que considera ser o valor da sua participação na empresa atualmente. Em 2002, quando o Google e a AOL fecharam o acordo o negócio foi considerado um marco na publicidade on-line.
A admissão do Google que o valor de seu investimento pode ter se reduzido surge depois de recentes medidas tomadas pela Time Warner para preparar a America Online para uma possível venda. Na quarta-feira, 6, o grupo de mídia anunciou que pretende promover a cisão entre a unidade da AOL que cuida das conexões discadas e a divisão de publicidade, até o começo de 2009 (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Como parte do seu investimento, o Google tem o direito de exigir que a Time Warner promova o spin-off (separação da empresa) por meio de uma oferta pública inicial de ações (IPO) ou comprasse de volta a sua participação. Mas o Google até agora não deu indicações que pretende seguir por essa via. Até porque o porta-voz da empresa se recusou a falar sobre o assunto com o jornal americano.