Vendas de PCs no Brasil fecham o ano com forte desaceleração

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O mercado brasileiro de computadores pessoais deve encerrar 2011 com forte desaceleração no crescimento das vendas, depois do avanço de dois dígitos nos últimos anos. Após crescer quase 17% em 2010, quando foram comercializados 14 milhões de PCs, a indústria deve terminar o ano com taxa de expansão de 9%, com a venda de 15,3 milhões de máquinas.

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 8, pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a retração foi puxada pelo segmento de computadores de mesa (ou desktops), cujas vendas caíram de 6,85 milhões de equipamentos, em 2010, para 6,75 milhões de máquinas neste ano, um declínio de 8%. E, embora a venda de notebooks tenha sido cerca de 26% maior, saltando de 7,15 milhões de laptops, no ano passado, para 9,025 milhões unidades neste ano, ela não foi suficiente para reverter o quadro. Para 2012, a previsão é que o crescimento se mantenha no mesmo patamar e atinja 16,7 milhões de PCs comercializados.

Conforme a Abinee, com exceção de 2009, quando o mercado brasileiro de PCs fechou com o mesmo volume de vendas de 2008, o aumento de 9% registrado neste ano foi o menor desde 2004. A retração da demanda por PCs no Brasil é atribuída por Hugo Valério, diretor de informática da Abinee, a uma conjunção de fatores, que vão desde a questão cambial, com a sobrevalorização do real frente ao dólar, às mudanças tecnológicas e o boom dos smartphones e tablets.

Ainda de acordo com o levantamento, os PCs do chamado "mercado cinza" responderam por 26% das vendas totais e os equipamentos legalizados, por 74%. Na comparação anual, houve um aumento de 2% na comercialização de máquinas no mercado paralelo, já que em 2010 os PCs oficiais representavam 76% das vendas de computadores no Brasil e os equipamentos ilegais, 24%.

A pesquisa mostra que a indústria eletroeletrônica brasileira vai encerrar 2011 com um faturamento de R$ 134,9 bilhões, 8,5% acima do obtido em 2010. Mas, apesar da expansão, o resultado é inferior ao crescimento de 13% projetado pelo setor. O presidente da Abinee, Humberto Barbato, atribui a concorrência dos importados ao aumento de 18,2% no déficit comercial do setor, que chegou a US$ 32,2 bilhões neste ano. Enquanto as exportações somaram US$ 7,8 bilhões, as importações de bens acabados e de produtos como componentes alcançou US$ 40 milhões, uma alta de 14,9% em relação ao registrado no ano passado.

“O Brasil está em processo de desindustrialização”, alertou Barbato, ao destacar que a valorização do real e o aumento do custo de produção têm prejudicado a indústria do setor.

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