Uso de tecnologias avançadas é crucial no comércio exterior

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Para entendermos a relação entre os grandes blocos comerciais e os novos processos de comércio exterior, que estão em constante e plena evolução, precisamos, primeiro, compreender a forma como estes dois tópicos estão relacionados. Historicamente, as nações foram obrigadas a negociar fora de suas fronteiras porque não eram autossuficientes e, diversos eventos, como guerras, ascensão e declínio de impérios, colonizações e ditaduras, colaboraram para os governos enxergarem que a melhor e mais eficaz estratégia para as nações defenderem seus interesses comerciais era a de trabalharem juntas. Dessa forma, formaram-se alguns embriões do que viriam a ser os grandes blocos comerciais como, União Europeia, Nafta ou Mercosul.

Em segundo lugar, precisamos entender que um dos principais mecanismos adotados por esses blocos são as medidas protecionistas. A exemplo do Mercosul, que tem uma elevada taxa de importação para carros que são importados de outros blocos econômicos, porém, quando a Argentina vende ou compra carros do Brasil, este imposto é extinto ou reduzido.

Outro exemplo é, na época da abertura do mercado brasileiro, por volta dos anos 1990, quando que muitas indústrias têxteis nacionais faliram por conta das importações de tecido da China. A partir daí, concluímos que muitas empresas multinacionais praticam compras e vendas globais, estando, ou não, no mesmo bloco econômico. Ou seja, as empresas criam novas linhas de negócio e a efetivação dessas estratégias influência a economia de cada país envolvido, obrigando-os a se defender comercialmente.

Atualmente, para realizarem essa defesa comercial e serem mais eficazes, produzindo mais com menos, tanto empresas quanto governos têm que fazer uso de tecnologias avançadas para conseguirem executar seus negócios com o controle necessário sobre as suas operações. Como, por exemplo, o ERP (do inglês, Enterprise Resource Planning) alemão da SAP e os sistemas de Siscomex, Novoex e Siscoserv, do governo brasileiro.

Para enxergarmos o nosso país neste mapa-múndi dos negócios globais, precisamos voltar um pouco no tempo e verificar que o Brasil e a Argentina foram pioneiros na formação dos blocos do continente sul americano. Já existiu a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) na década de 1960, a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) na década de 1980 e, por último, o Mercosul, formado originalmente pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Como os benefícios de se atuar num bloco comercial são inquestionáveis, é necessário um gerenciamento consistente das operações de comércio exterior. Para isso, hoje existem diversos tipos de softwares e hardwares especializados em todos os segmentos e tamanhos dessas operações. Grandes players do mercado de tecnologia têm seus aplicativos para Comex, independente de terem sido desenvolvidos por eles, ou não.

O mais importante e, diria, fundamental, é que as tecnologias permitam, além do controle preciso sobre as operações, também, o gerenciamento de todo o processo de importação, exportação, câmbio, transmissão de arquivos para os sistemas do governo e outros benefícios fiscais. Porém, o diferencial é fazer tudo isso sem que seja necessário sair do ERP em uso, ou, menos ainda, utilizar interfaces que não tenham integração nativa ao software de gestão. Isso evita falhas na comunicação e troca de informações e garante total credibilidade e segurança na entrega das obrigações fiscais.

*Alexandre Gera é coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Divisão de Aplicativos da Sonda IT.

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