Fundador da Satyam é condenado a sete anos de prisão por fraudes contábeis

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Um tribunal indiano condenou nesta quinta-feira, 9, o fundador e ex-presidente da Satyam Computer Services, empresa de terceirização de serviços de TI, e outros nove ex-executivos a sete anos de prisão, por serem responsáveis por uma das maiores fraudes contábeis corporativas da história da Índia.

O CEO Ramalinga Raju, seu irmão B. Rama Raju, além de outros seis ex-executivos da Satyam e dois sócios de uma filial indiana da PricewaterhouseCoopers foram considerados culpados por "conspiração criminosa para cometer fraudes".

Ramalinga Raju foi condenado por quebra de confiança, apropriação indevida de documentos, confecção de documentos falsos e falsificação de contas apresentadas ao Conselho de Administração da empresa. Os irmãos Raju também foram multados em 50 milhões de rúpias cada, o correspondente a US$ 800 mil. Os investigadores estimaram a perda para os investidores em mais de US$ 2 bilhões.

Em declaração ao The New York Times, K. Ravinder Reddy, advogado de Ramalinga Raju, disse nesta quinta-feira, que vai recorrer da sentença em uma instância superior.

Histórico

O caso veio à tona em 2009, quando uma carta de demissão escrita por Ramalinga Raju foi tornada pública, na qual ele admitia que US$ 1 bilhão lançado nos livros fiscais da empresa não existia. Algum tempo depois, ele justificou a falsificação dos registros como um "esforço" para manter o controle da empresa.

De acordo com a acusação movida pelo Birô Central de Investigações indiano, meses após o desligamento do executivo veio à tona que a fraude perdurou por pelo menos oito anos e envolveu mais de 7 mil notas fiscais forjadas, dezenas de extratos bancários falsos, além de empregar milhares de funcionários sem necessidade.

Em um relatório de 80 páginas, o órgão de investigação diz que em razão das fraudes a empresa foi capaz de "fazer muito dinheiro quando o sol estava brilhando" com a venda de ações. A Satyam atraiu clientes e potenciais investidores, fazendo-os acreditar que a empresa estava gerando um grande volume de negócios.

Ramalinga Raju, que foi educado na Índia e nos Estados Unidos, ganhou destaque junto com a Satyam no final de 1990, quando o negócio de terceirização de tecnologia da informação estava decolando na Índia.

A queda da empresa chocou o país e os investidores norte-americanos que haviam confiado nas declarações de Raju, bem como os analistas que haviam avaliado as informações da indústria de serviços de tecnologia como relativamente limpas, livre da corrupção que há muito atormenta o setor corporativo indiano.

Para salvar a empresa de um colapso, a Tech Mahindra, que presta serviços de TI para o setor de telecomunicações, adquiriu o controle da Satyam em 2009, logo após a eclosão do escândalo. Depois, suas operações foram fundidas à Tech Mahindra.

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