Campanha salarial de TI vai para dissídio no TRT

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Após a paralisação das negociações da Campanha Salarial 2017 do setor de TI do Estado de São Paulo no último dia 23 de fevereiro, a comissão patronal entrou com um pedido de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Segundo o SINDPD, a medida propõe retrocessos ao fixar parâmetros abaixo do que já havia sido reivindicado e até mesmo negociado durante a campanha.

A primeira audiência de conciliação está marcada para o dia 13 de março, segunda-feira, às 11h, no TRT. Apesar da intenção dos patrões de promover o corte de direitos já consolidados, o Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) manterá o mesmo posicionamento firme e combativo apresentado durante toda a negociação salarial.

"Vamos para a primeira audiência de conciliação mantendo a nossa pauta e as reivindicações que temos defendido desde o início. Não tendo a possibilidade de conciliação, nós tomaremos as medidas necessárias, paredistas ou de mobilização, o que for preciso para manter todos os direitos da categoria", defendeu o presidente do Sindpd, Antonio Neto.

Com o pedido de dissídio, a comissão patronal volta atrás em uma série de cláusulas já discutidas e refutadas com veemência pelo Sindpd. Principal ponto de debate, o reajuste salarial requerido pelo Seprosp obteve retrocessos significativos. Na última rodada de negociação, o valor proposto foi de 6,29% para todos os profissionais, válido a partir de 1º de janeiro – índice ainda distante do que tem sido pleiteado pelo Sindpd, que busca a reposição da inflação com aumento real.

O dissídio volta a solicitar o fatiamento com perda salarial. Agora, o índice ofertado passa a ser de 5,20% a partir de janeiro, acrescido de 1,09% a ser pago em novembro, ambos calculados sob os salários aferidos em dezembro de 2016. Além disso, propõe a concessão de um abono de 10%.

A redução e o corte de direitos já consolidados também estão entre as solicitações do dissídio. Sobre a Participação nos Lucros e/ou Resultados, conquista reconhecida como uma das mais importantes para a categoria, o patronato solicita a análise do Tribunal para que a adesão à negociação passe a ser voluntária, e não obrigatória.

Segundo o pedido, o vale-refeição é proposto com valor bruto de R$ 17,50 para a jornada diária de 8 horas e poderá contar com o desconto de até 20% caso a empresa opte pelo FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador. O patronato ainda quer permitir o desconto do benefício em caso de ausências. Por fim, a comissão pede a garantia da manutenção de 80% da força de trabalho em caso de paralisação.

O pedido apresentado representa uma negação de tudo o que já havia sido proposto, conforme explica o presidente do Sindpd. "O objeto do dissídio é voltar atrás e fixar regras muito abaixo daquilo que não só havia sido reivindicado, mas também negociado. A intenção é achatar o salário dos trabalhadores, retirando direitos já conquistados. Nós não voltaremos atrás. Vamos continuar brigando na Justiça pela mesma pauta de reivindicações que foi debatida durante todas as reuniões", afirma Neto.

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