Assim como PCs, vendas mundiais de tablets também desabam no primeiro trimestre

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Que as vendas de computadores pessoais (PCs) no mundo estão em queda não chega a ser nenhuma novidade. O dado novo é que agora as vendas de tablets também estão em declínio. O último relatório trimestral da empresa de pesquisas Canalys mostra que as vendas de PCs — incluindo desktops, notebooks e tablets — caíram 7% durante o primeiro trimestre, totalizando 115,7 milhões de unidades entregues globalmente. As remessas de desktops recuaram 15%, as de tablets retraíram 9% e as de notebooks, 4%.

A Apple liderou o número de remessas, com 17,2 milhões de unidades, apesar de um declínio de 16% em seus embarques totais de PCs. Por outro lado, as vendas da Lenovo e da HP registraram crescimento de um dígito nas remessas nos primeiros três meses deste ano, o que indica que as duas fabricantes estão ganhando participação de mercado.

A que mais sentiu o impacto da desaceleração foi a Samsung, que perdeu participação, o que a coloca na quarta posição no ranking, à frente apenas da Dell. Ambas, porém, atingiram 8,2% de market share, com remessas de com 9,5 milhões e 9,4 milhões de unidades, respectivamente (veja gráfico abaixo).

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"Os motores de crescimento, que ajudaram o mercado até 2014, terão pouco efeito neste ano. Os fabricantes estão lutando com as flutuações das taxas de câmbio, o que está tornando o planejamento financeiro mais difícil e forçando-os a aumentar os preços", comenta no relatório Tim Coulling, analista sênior da Canalys. "Esses desafios, combinados com um abrandamento da demanda devido a proximidade do lançamento do Windows 10, juntamente com os planos da Microsoft de fornecer as atualizações do sistema operacional de forma contínua, na nuvem, nos faz crer que o declínio do mercado de PCs será maior ainda no segundo trimestre."

Queda em todos os segmentos

As remessas de desktops foram as mais atingidas, com queda de 13%, devido à retração em todas as regiões do mundo. "A categoria de desktop já não tem impacto nos embarques, que foram impulsionados pela migração do Windows XP, devido ao fato de ter o suporte encerrado pela Microsoft em abril do ano passado, para outras versões do sistema operacional, como o Windows 8 ou 7", disse Rushabh Doshi, analista Canalys. "Como resultado, devemos ver declínios significativos de embarques neste ano."

O mercado de notebooks se saiu melhor, mas após dois trimestres de queda de 1%, o declínio aumentou para 4%. "A categoria notebook enfrenta desafios significativos para o restante do ano, já que a Microsoft integrou o Bing ao Windows para o uso em notebooks com tela de 14 polegadas. Os estoques dos canais de vendas só tem aumentado desde que a Microsoft anunciou a mudança e isso vai ter de se ajustar, até que as vendas voltem ao normal", explica Doshi. "Qualquer elevação de preço de notebooks com Windows jogará os consumidores nas mãos do Google, que vem obtendo progressos na melhoria do Chrome OS, tanto para consumidores finais quanto empresas."

Já as remessas de tablets diminuíram cerca de 9% ano sobre ano, para 45,6 milhões de unidades, com os líderes de mercado Samsung e Apple experimentando queda de dois dígitos com o arrefecimento da demanda. "O rápido crescimento no mercado de tablets 'saturou' os mercados da Europa e América do Norte e os volumes de embarque já começaram a declinar", diz o relatório.

Recuperação difícil

Para Coulling, o crescimento dos três segmentos de mercado agora depende das substituições dos equipamentos antigos pelo consumidor ou do aumento das compras pelas empresas, o que não parece muito provável de acontecer nos próximos trimestres. "Continuamos a ver o mercado de tablets desacelerar em mercados de menor penetração, onde os smartphones de tela maior agora estão substituindo os tablets e outros dispositivos para acessar a internet.".

Segundo a Canalys, os smartphones com telas de 5,5 polegadas ou superior foram responderam por até 31% dos embarques na China. Com o crescimento desses aparelhos, as vendas de tablets menores, com telas de 8 polegadas, estão diminuindo e no primeiro trimestre representam apenas 41% no mercado chinês ante 66% há um ano.

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