Economia da informação deve movimentar cerca de R$ 490 bilhões no Brasil neste ano

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O setor de economia da informação brasileiro — que trata da informação eletrônica como mercadoria e bem de produção — deve movimentar aproximadamente R$ 490 bilhões e chegar ao fim deste ano com cerca de 147 mil empresas. Projeção faz parte de levantamento realizado pela unidade de estudos e pesquisas da Softex, e teve apoio da Financiadora de Estudos e Projeto (Finep) e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O documento, que fez uso de dados obtidos de fontes oficiais e contou com a cooperação técnica do IBGE, analisa o processo de convergência digital entre os setores da economia da informação, telecomunicações, tecnologia da informação e conteúdo e mídia, bem como os impactos causados, trazendo dados sobre a sua magnitude, composição, evolução e desempenho no Brasil.

Em 2010, a economia da informação representava 2% do total da força de trabalho do país, contando com 1,4 milhão de pessoas, entre empregados, autônomos e empregadores. Cerca de 80% deste total encontravam-se no mercado formal, com registro em carteira e inscrição no sistema previdenciário. Também naquele ano, 7,6% da força de trabalho brasileira — 6,3 milhões de pessoas — era composta por especialistas em tecnologia da informação e comunicações (TIC) e usuários de TIC. A maioria, 4,2 milhões, era de usuários básicos de TIC.

Do conjunto de especialistas em TIC, formado por 1,2 milhão de pessoas, 6,8% exerciam ocupação de nível gerencial, 34,3% tinham perfil de competências de nível superior e os quase 60% restantes possuíam perfil técnico, de nível médio. Os dados também mostram que 71,9% do total de serviços relacionados a TIC respondem pelo Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor brasileiro da economia da informação. Do percentual, 37,1% são relativos a serviços de telecomunicações e os 34,8% restantes, a software e serviços de TI.

O estudo aponta que as oportunidades para empresas de capital nacional no segmento de software e serviços de TI encontram-se em mercados de nicho e no atendimento a clientes de pequeno e médio porte, tendo como fatores limitadores o perfil dos clientes e as suas restrições de recursos para investimentos em TI, bem como para acesso à infraestrutura e equipamentos. Os dados também indicam que planos de ação poderiam ser direcionados a pequenas e médias empresas (PMEs) de software e serviços de TI, buscando o fortalecimento do negócio, mas ainda é preciso obter recursos para o mapeamento do mercado, a identificação e a aquisição de empresas complementares, a expansão de canais de comercialização e a melhoria de produtos e serviços.

A inclusão dos produtos e serviços das PMEs no processo de modernização e reestruturação de cadeias produtivas são importantes em setores-chave da economia, tais como alimentos, transporte, saúde, educação, comércio, habitação e segurança. A pesquisa também recomenda a adoção de ações voltadas à informatização de pequenos e médios estabelecimentos nessas cadeias produtivas. "Toda a cadeia produtiva da economia da informação teria muito a ganhar com ações de fortalecimento a iniciativas para agilizar o processo de convergência digital atualmente em curso", diz a gerente do Observatório Softex, Virgínia Duarte.

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