Business intelligence na administração pública

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A população brasileira sofre com deficiências em vários setores, como educação, saúde, saneamento básico, entre outros. Diversos fatores contribuem para estas falhas, mas a tecnologia pode ser uma aliada. Contar com ferramentas que auxiliem na obtenção de dados estratégicos é uma ótima ideia que vem sendo utilizada por empresas de todos os portes. Será que soluções de business intelligence (BI) também não podem ser úteis na administração pública?

Um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado recentemente mostra que mais de 3 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola. Com uma ferramenta de BI poderia ser feita uma pesquisa em cada município, mostrando quantas crianças estão fora da escola naquele município, a faixa etária e o motivo.

Com o resultado, os municípios saberiam qual o problema real para fazer os investimentos da forma correta. Por exemplo, há vagas nas escolas municipais, mas as crianças que não estudam estão em áreas afastadas. A prefeitura poderia investir no transporte destes alunos até a escola, ao invés de construir uma nova escola, que levaria mais tempo e recursos.

Na área da saúde a solução de BI poderia auxiliar na avaliação de quais as doenças mais comuns no município, qual a faixa etária mais atingida e quais as principais causas, por exemplo. Se a causa for falta de saneamento básico, uma proposta de solução é apostar em uma campanha de conscientização. E mais uma vez, com as informações corretas em mãos, é possível fazer o investimento de forma correta.

É claro que este tipo de pesquisa pode ser realizado sem uma solução de BI. Mas imagine quanto tempo seria necessário para levantar todos esses dados em grandes cidades, como São Paulo, por exemplo. Além do grande número de funcionários que a pesquisa demandaria desde a coleta dos dados até a obtenção dos resultados finais.

A ferramenta de BI agiliza a coleta de dados, que pode ser feita com dispositivos móveis. As informações seriam transmitidas diretamente para o sistema e em um curto período de tempo seria possível ter os números de cada cidade e de cada estado. A solução avaliaria as informações e criaria os gráficos, sem a necessidade de várias pessoas para realizarem estas funções. Ou seja, com um sistema de BI há ganho de tempo e redução de custos com mão de obra. Além de evitar o retrabalho por inconsistência nos dados, por exemplo.

Estes são apenas alguns exemplos de como as ferramentas inteligentes podem auxiliar na administração pública. Também é possível acompanhar os índices de cada setor, gastos com mão de obra, se o plano de governo está dando resultados ou não, entre diversas outras informações.

As soluções de BI fornecem todos os dados necessários para a tomada de decisões estratégicas e cada gestor deve avaliar qual a melhor maneira de utilizar o sistema. E mais do que isso, é importante saber o que fazer com as informações apresentadas. Se não houver um olhar crítico sobre estes dados, com certeza, os resultados não serão satisfatórios.

Certamente, apenas a implementação de uma ferramenta de BI não vai resolver os problemas de desigualdade que sabemos existir no Brasil. Mas é um bom começo para identificar quais as demandas e pensar em soluções.

Marcos Abellón, diretor geral da W5 Solutions

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