Três meses após entrar com pedido de recuperação judicial (Chapter 11, como é conhecido nos EUA), a marca RadioShack, uma das mais tradicionais do varejo de produtos eletrônicos norte-americano, com 94 anos de existência, foi comprada pelo fundo de hedge Standard General LP, por US$ 26,2 milhões. O fundo era o segundo maior acionista da empresa, com 8,1 milhões de ações ou 8,1% dos papéis em circulação, e planejava comprar de 1,5 mil a 2,4 lojas da RadioShack.
Em março, o Standard General ajudou a evitar que a empresa fosse liquidada, com um aporte de US$ 160 milhões — em uma operação que funcionou como uma espécie de investimento e empréstimo ao mesmo tempo. Isso contribui para 1.743 lojas da RadioShack fossem mantidas, bem como 7,5 mil postos de trabalho.
Além da aquisição da marca, o fundo arrematou um lote de "propriedade intelectual" da varejista em um leilão realizado no início desta semana. Citando uma pessoa que participou do leilão, o The Wall Street Journal relata que o Standard General agora tem o direito de usar o nome RadioShack, bem como o de abrir novas lojas. Além disso, o fundo de hedge agora tinha direitos sobre os dados dos clientes da RadioShack.
Relatórios aos quais o jornal americano teve acesso dizem que o Standard General tem como planos reconstruir a marca e a rede de lojas "em torno de um conjunto simplificado de necessidades, que funcionarão em regime de cobranding com a operadora de telefonia móvel Sprint. "A operadora se comprometeu a trabalhar com o fundo para manter mais de 40% dos pontos-de-venda físicos da RadioShack", disse a fonte
A RadioShack entrou com pedido de concordata em fevereiro e vinha tentando pagar mais de US$ 1 bilhão em dívida com o fechando muitas de suas lojas. "Algumas das lojas da RadioShack vão fechar, mas as outras vão permanecer abertas. E a Sprint também vai abrir algumas lojas dentro de suas lojas", disse a mesma fonte.