Abinee prevê queda de vendas de 1% na indústria de TI em 2014

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Para 2014, mesmo com o crescimento das vendas de tablets previsto (crescimento de 36% representando o montante de 10,7 milhões de unidades), a área de Informática deverá faturar 1% a menos do que 2013 – R$ 46,3 bilhões. Para o diretor da área de Informática da Abinee, Hugo Valério, a maior parte dos tablets que deverão ser comercializados são os considerados low ends, de menor custo, o que impacta no faturamento. Ele destacou que o desempenho da área de informática permanece afetado pela mão obra cara, altos encargos, pesada carga tributária e baixa qualidade de serviços.

"Um grande inibidor do crescimento é a carga tributária do país e sua complexidade, exigindo das empresas o direcionamento de recursos humanos e financeiros para cumprimento das obrigações tributárias e acessórias, que tornam nossa contabilidade extremamente complexa", enfatizou.

Segundo o diretor, outro grande inibidor do investimento é a mudança constante de regras do jogo, pois as empresas fazem seus investimentos baseados em premissas do cenário econômico, imaginando que as regras permanecerão vigentes até o término do campeonato. Ele cita como exemplo as alterações constantes como as que têm ocorrido nos Processos Produtivos Básicos exigidos pela Lei de informática, inviabilizando investimentos em Tecnologia de Informação e Telecomunicações.

"Como resultado, observamos uma forte desindustrialização interna nos setores citados, e grande geração empregos na Ásia em detrimento do trabalhador brasileiro. Produtos de baixo valor destas áreas deixaram de ser fabricados no país e passaram a ser importados, como resultado da falta de competitividade que tais ações promovem", ressalta.

A mesma preocupação tem o diretor da área de Serviço de Manufatura em Eletrônica, Jorge Funaro, que, para 2014, espera um crescimento moderado e uma diminuição nas exportações na área de informática e telecomunicações. "A desvalorização cambial ocorrida nos últimos meses, embora positiva, não conseguiu alcançar as exportações por conta de um problema ainda mais sério de perda da competitividade da indústria brasileira", explica.

Para ele, o maior objetivo é trabalhar fortemente junto ao Poder Executivo e ao Congresso Nacional pela prorrogação da Lei de Informática, de forma que permaneça o equilíbrio entre as empresas instaladas na Zona Franca de Manaus e nos demais estados do país, bem como pelo término da guerra fiscal entre os Estados. "Esses dois pontos serão fundamentais para que as empresas tenham uma maior segurança jurídica e possam ampliar os investimentos no país", finaliza.

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