Cresce expectativa com resultados de empresas, em meio a rumores de nova bolha

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Em meio a especulações segundo as quais o mercado de tecnologia pode estar a caminho do estouro de uma nova bolha, estas próximas duas semanas serão cruciais para o setor afastar os boatos de que corre o risco de uma débâcle, que é quando os gigantes da indústria irão divulgar seus resultados trimestrais, tais como Google, IBM, Intel e Yahoo.

Um sintoma de que as coisas não vão tão bem quanto se imagina foi a queda da Nasdaq na semana passada, com as ações da maioria das empresas perdendo terreno, em especial das chamadas "Tech Five" — Google, Apple, Facebook, IBM e Microsoft —, as cinco principais ações de tecnologia. A bolsa eletrônica encerrou a quinta-feira, 10, com queda de 129,79 pontos, ou 3,1%, seu maior declínio percentual desde novembro de 2011.

Nesta semana, há muito interesse em torno do Yahoo, que irá divulgar nesta terça-feira, 15, seu balanço do primeiro trimestre e os números do gigante chinês de comércio eletrônico Alibaba Group, no qual a empresa de internet detém uma participação de 24%.

A expectativa de Wall Street é que o Alibaba apresente um grande quarto trimestre, graças em grande parte às vendas de seu "festival anual de compras de um dia" — realizado no dia 11 de novembro de cada ano —, promoção que normalmente movimenta mais que os dois maiores dias de compras online nos EUA combinados, a Black Friday e o Cyber Monday.

O Alibaba informou que o festival de compras do ano passado bateu novo recorde, quando os consumidores gastaram US$ 5,8 bilhões em mercadorias, em compras feitas através de seus sites, quase o dobro do ano anterior. Para colocar isso em perspectiva, os americanos gastaram US$ 3,6 bilhões na Black Friday e no Cyber Monday, estima a comScore.

O balanço irá ajudar a definir o cenário para a oferta pública inicial de ações (IPO) do Alibaba nos Estados Unidos, que pode valorizar a empresa em mais de US$ 100 bilhões, segundo analistas. A apresentação IPO trará os resultados financeiros detalhados Alibaba pela primeira vez.

Os números do quarto trimestre vão lançar luz sobre uma grande questão que paira sobre o Alibaba: se um crescimento mais lento do que o esperado no terceiro trimestre foi o prenúncio de uma tendência de ruína ou se trata-se da calmaria antes de uma retomada nas vendas no quarto trimestre, já que a China continua evoluindo cada vez mais para uma economia baseada no consumo.

Para os acionistas do Yahoo, os resultados do Alibaba podem ser mais importantes do que da própria empresa. Isso porque a participação que detém no gigante de e-commerce é responsável por mais da metade do valor de mercado do Yahoo.

A outra grande questão para o Yahoo é se conseguiu dar sinais de crescimento da receita com publicidade online. De acordo com dados do eMarketer, a participação dos anúncios digitais na receita do Yahoo caiu de 11,5%, há cinco anos, para 5,8% em 2013.

Fé nas "Tech Five"

Na quarta-feira, 16, é a vez da Intel divulgar os resultados do primeiro trimestre. No último trimestre, a fabricante de chips registrou crescimento de 6% no lucro líquido e receita de US$ 2,63 bilhões. Intel, a exemplo da maioria das empresas de hardware, está desviando o foco do mercado de PCs e o direcionando para smartphones e tablets.

Em relação ao Google, a expectativa dos analistas de mercado é que o gigante das buscas confirme que o negócio de publicidade online tenha sido capaz de incrementar a receita no primeiro trimestre. No último trimestre do ano passado, a empresa registrou um aumento de 22% na receita publicitária, que contribuiu com US$ 16,8 bilhões da receita total. Na divulgação de seu informe de resultados, programada para ocorrer nesta quarta-feira, 16, o Google também pode revelar mais detalhes sobre seus planos de levar o sistema operacional Android para smartwatches (relógios inteligentes).

Já a IBM, que teve um quarto trimestre difícil, quando a receita com hardware caiu 26%, terá de lançar US$ 1 bilhão em encargos no balanço o primeiro trimestre — que será divulgado também nesta quarta-feira — resultante de uma reorganização, que vai levar a cortes significativos de postos de trabalho.

Embora as fortes oscilações das ações dessas empresas no último mês na Nasdaq tenha feito ascender o sinal de alerta entre os investidores, eles avaliam que a queda da maioria dos papéis se deve à maior racionalidade do mercado, depois da euforia desenfreada com as vendas de ações muito valorizadas nos recentes IPOs e que depois, no decorrer dos dias, desvalorizaram fortemente.

Por isso, além da preocupação em relação aos IPOs de empresas de tecnologia, há um sinal de alerta com o grande volume de investimentos de venture capital. Soma-se a isso, a inquietação no tocante a fusões e aquisições de empresas de tecnologia jovens e sem fundamentos sólidos, cujos valores têm rompido com facilidade a barreira de um bilhão de dólares.

É claro que empresas como Google, Amazon, Yahoo, IBM e Intel são negócios sólidos, lucrativos e bem administrados, ao contrário da maior parte das companhias que deram origem à bolha que estourou no final do ano 2000, caracterizada por uma forte alta das ações das novas empresas de tecnologia da informação e comunicação (TIC), também chamadas "pontocom". Ainda assim, o mercado parece cético em acreditar que algo justifique uma valorização tão grande. Com informações da imprensa internacional.

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