Preparação e abertura são caminhos para a mudança

0

Falar de Mudança num cenário de continuas transformações é, no mínimo, falar do óbvio, mas mudar nem sempre é simples e fácil. O filósofo Heráclito há aproximadamente 500 A.C., afirmava que “Nada é permanente exceto a mudança”. A mudança é inerente à própria vida. Pessoas passam por transformações profundas na infância, adolescência, na vida adulta e ao envelhecer e, na história da humanidade, há registros de grandes mudanças e transformações organizacionais.
Qualquer ruptura com a situação atual (status quo) pode causar tensão, desconforto, desestabilização e resistência, e as pessoas não resistem à mudança pura e simplesmente. Elas resistem porque já estão habituadas à situação atual, não dispõem de informações suficientes ou não estão seguras e, até a situação futura chegar, haverá dúvidas, incertezas e muitas interrogações.
A resistência é, na verdade, uma forma de se protegerem do desconhecido e das possíveis “perdas” que julgam que terão diante da nova situação. É natural que pessoas que não foram devidamente informadas e preparadas para lidar com a mudança resistam a ela e prefiram permanecer na sua zona de conforto (o que significa segurança), justamente por desconhecerem os propósitos, implicações e repercussões da mudança.
Para fins de estudo e entendimento do comportamento das pessoas frente às mudanças, pesquisadores do tema, costumam relacionar o comportamento que as pessoas apresentam a diferentes estágios: Negação, Resistência, Exploração e Aceitação.
O transitar por essas fases varia de pessoa para pessoa, conforme o seu histórico de vida, crenças e valores, perfil pessoal e conhecimentos que dispõe sobre a proposta de mudança.
Existem muitos recursos e orientações que as pessoas podem utilizar para lidar de forma mais apropriada com a mudança. O primeiro deles é estar aberto para um olhar imparcial sobre a mudança. Outro recurso é exercitar a resiliência – a capacidade de se adaptar a ambientes complexos, adversos e caóticos com ponderação e equilíbrio e sair cada vez mais fortalecidos da situação. Já dizia Charles Darwin, naturalista britânico do séc. XIX: “Não são as espécies mais fortes e inteligentes que sobrevivem… são aquelas que melhor se adaptam à mudança.”
Outra dica é rever nossos modelos mentais, sobretudo aqueles que nos fazem adotar comportamentos rígidos, retrógrados e inflexíveis, que acabam por prejudicar que se tenha uma avaliação mais acurada da situação. O importante em qualquer processo de mudança é rever e repensar nossos paradigmas à luz de novos entendimentos e descobertas, conforme podemos extrair do pensamento de Marcel Proust: “O verdadeiro ato de descobrir não consiste em achar terras novas, mas em vê-las com outros olhos”.
No âmbito organizacional, fazer a gestão da mudança exige tanto boa liderança quanto seguidores comprometidos para transformar ideias em ação e, para isso, as pessoas necessitam conhecer o verdadeiro propósito da mudança, entender suas razões, seus benefícios, seus desafios e oportunidades. É preciso sensibilizá-las para que compreendam a mudança e, quanto mais esclarecimentos tiverem, mais rapidamente poderão caminhar rumo ao engajamento e à adoção. Portanto, conquistar o apoio e o envolvimento das pessoas é essencial para o sucesso de um processo de mudança.
 

Rosaneli Bach é diretora de Gestão de Pessoas e Consultora para assuntos relacionados à aprendizagem organizacional e sócia da Dextera Consultoria. É graduada em Pedagogia pela Universidade de São Paulo, com especialização em Administração da Qualidade de Produtos e Serviços pela FAAP e pós-graduação em Arte Terapia pela USJT. Atua como consultora de empresa há dez anos nas áreas de Educação Corporativa, Gestão da Mudança, Capacitação e Treinamento, Desenvolvimento de Equipes e projetos de Recursos Humanos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.