Copel investe R$ 80 milhões na modernização de sistemas de billing e ERP

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No dia 1º de janeiro de 2011, quando der o "go live" no ERP SAP e no sistema de billing da Elucid, a Companhia Paranaense de Energia (Copel), que atende cerca de 3 milhões de consumidores, espalhados por 98% do Estado, vai colocar em prática o seu maior projeto de tecnologia da informação e aposentar os antigos sistemas de faturamento, arrecadação e relacionamento com o cliente e de gestão empresarial, desenvolvidos internamente. Quando isso ocorrer, a companhia completará também uma etapa decisiva na evolução de sua gestão, integrando todos os seus principais processos de negócios, centrados na transmissão e distribuição de energia elétrica e de telecomunicações.
O projeto, orçado em mais de R$ 80 milhões, começou a ser esboçado em 2008, quando os primeiros sinais de obsolescência dos sistemas deixaram claro que era necessário partir para uma arquitetura mais moderna, capaz de suportar os negócios da companhia. Em janeiro do ano seguinte, a Copel lançou a primeira versão do edital de licitação e, como não teve interessado, decidiu revê-lo e relançá-lo em julho, com a definição dos vencedores em setembro.
Para a licitação, o projeto foi dividido em dois lotes: um para a escolha do fornecedor do sistema de gestão e o outro para o sistema de billing. O vencedor foi o Consórcio Araucária, que compôs parcerias para fornecer as duas soluções. No caso do ERP, o grupo foi formado pela SAP Brasil, CSC Computer Sciences, Ingram Micro e Sonda Procwork, que saiu vitorioso com um lance de R$ 39.360.539,01. Já para a solução de CIS (customer integrated system) a composição do consórcio foi com a Elucid Solutions, Objective Solutions Consultoria e Ação Informática, que levou com uma oferta de R$ 41,75 milhões, para desenvolver uma solução específica para o negócio de energia e outra para a operação de telecomunicações, devido às diferenças entre os consumidores. O primeiro contrato, o do ERP, foi assinado no fim de dezembro do ano passado e o do CIS, na última quinta-feira, 14.
"Queríamos sistemas flexíveis, que atendessem todos os requerimentos do negócio e pudessem melhorar os processos da companhia", diz Elon Carlo Valério, coordenador de TI da Copel. Ele conta que, antes da criação do edital, a empresa chegou até mesmo a avaliar a possibilidade de revitalização dos sistemas legados. "Mas principalmente por uma questão de prazo, que seria muito longo, a ideia foi descartada."
Segundo Valério, ambos os contratos têm duração de 36 meses, sendo 12 meses para implantação, com mais 24 meses de acompanhamento e operação assistida pós-implantação e serviços de manutenção e suporte técnico. Ao todo, ele diz que serão substituídos cerca de 70 sistemas legados. A única exceção serão os sistemas das áreas de engenharia, automação e geoprocessamento, que serão mantidos e funcionarão de forma integrada com o ERP e o CIS. Esta, aliás, observa Valério, é uma das exigências dos editais. "Além disso, os dois sistemas também terão de operar de maneira integrada."
Melhoria dos processos
Entre os benefícios esperados com o projeto, o coordenador de TI da Copel cita a maior precisão nas operações de faturamento, arrecadação e cobrança, a melhoria no tempo médio de atendimento ao cliente e na gestão dos serviços e dos contratos de fornecimento de energia aos consumidores, além da eliminação de possíveis falhas nos cadastros. "Vamos ter um desenho melhor dos processos, o que vai permitir sabermos o que é preciso para cada coisa", observa Valério, ao dizer que hoje os sistemas da empresa não proporcionam facilidade para o suporte a processos.
Outra melhoria esperada é na parte contábil. Hoje, segundo o executivo, o fechamento contábil da Copel é feito 15 ou 16 dias depois do encerramento do mês. Com o novo ERP, a expectativa é que esse prazo caia para dois dias. Valério diz que a implantação dos novos sistemas também permitirá à companhia a adoção das melhores práticas de mercado, além de maior transparência à gestão.
Este, por sinal, é um dos principais aspectos apontados pelo presidente da Elucid no Brasil, Michael Wimert, ao dizer que, além da melhoria do atendimento ao consumidor, a empresa terá em mãos ferramentas que ajudarão a aumentar o retorno para os acionistas. Para ele, o grande desafio do projeto é todos vestirem a camisa, para que as mudanças se processem sem traumas.
Em relação à integração entre o sistema de billing da Elucid e o ERP SAP, ele não vê problemas, e cita o grande conhecimento da equipe da empresa em infraestrutura de sistemas de gestão da SAP. "Nosso sistema hoje já funciona de forma integrada com o SAP em outras companhias de energia elétrica, como a Celesc, Cemar, Elektro e a Sul, do Mato Grosso do Sul", observa Wimert, ao ressaltar que a meta da Elucid, na realidade, é fazer o "go live" do CIS bem antes do prazo determinado, ainda em outubro deste ano. Ele frisa que com a implantação do novo sistema, a Copel passará a contar com uma poderosa ferramenta de gestão e controle, possibilitará a melhoria não só dos processos internos, como também do atendimento e dos serviços de campo.

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