Windows Phone Series 7 é aposta da Microsoft para redes móveis

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A Microsoft finalmente deu um passo mais agressivo no mercado de telefonia móvel ao anunciar nesta segunda, dia 15, a plataforma Windows Phone Series 7, que promete ser um rival importante para plataformas como iPhone e Android. A plataforma não veio acompanhada de um hardware da própria Microsoft, como se esperava, ainda que essa possibilidade não esteja descartada, mas está claro que existem restrições severas de configuração que precisarão ser seguidas pelos fabricantes parceiros que pretendam embarcar o WP7. Segundo Steve Ballmer, os princípios que nortearam o desenvolvimento da plataforma foram: 1) O hardware tem que entregar o que foi prometido; 2) a plataforma foi melhorada para permitir o desenvolvimento de aplicações e, principalmente, a integração com as aplicações existentes para o Windows; 3) os fornecedores de hardware e os operadores terão que atuar de maneira mais "consistente" para que a plataforma atinja toda a sua potencialidade. A Microsoft deixou absolutamente claro qual o seu modelo no negócio. "Nós vendemos software. É isso que fazemos", disse Ballmer ao ser perguntado se ele pretendia abrir a plataforma, a exemplo do que fez o Google com o Android.
Segundo Andy Lees, SVP da Microsoft para plataformas móveis, "muitas coisas foram mudadas na plataforma Windows Phone (ou Windows Mobile, como também era conhecida) para a Serie 7". A primeira coisa que mudamos o nosso relacionamento com os parceiros de hardware, de software e de serviços, diz o executivo. A Microsoft sinaliza que estará muito mais aberta a aplicações de terceiros, e na apresentação do Windows Phone Series 7 utilizou exemplos como Facebook psara redes sociais e Pandora, para música online. Ambos os serviços concorrem com produtos da própria empresa, como Windows Live e Zune, respectivamente.
Multitarefa e online
O conceito por trás do WP7 é permitir que várias aplicações rodem ao mesmo tempo, alimentando-se de bases de dados da Internet. A primeira tela do sistema operacional, por exemplo, é permanentemente alimentada pela Internet, e esse é um requisito do sistema que fabricantes de hardware e operadores terão que respeitar. As bibliotecas de fotos e músicas também podem estar permanentemente conectadas a redes sociais ou a arquivos virtuais dos próprios usuários, assim como as informações de contato. A plataforma de jogos da plataforma Windows Phone Series 7 é integrada com a plataforma de jogos XBox, que conta com uma grande comunidade de jogadores com intensa comunicação online entre eles.
A plataforma WP7 também é plenamente integrada com as ferramentas do Office, segundo a Microsoft. Tela touch screen também parece ser um requisito básico da plataforma, assim como um hardware de alta capacidade de processamento. A Qualcomm foi anunciada pela Microsoft como a primeira parceira a desenvolver um chipset específico para telefones com o Windows Phone 7. "Os fabricantes OEM podem inovar, desde que respeitem os requisitos mínimos", disse Lees, enumerando como parceiros a Garmin/Asus, a Toshiba, Sony Ericsson, LG, HP, HTC, Dell e Samsung. "O hardware tem que ser previsível e otimizado para que todo o ecossistema funcione bem", disse, deixando mais detalhes para serem anunciados em março, na conferência da Microsoft. A empresa espera que os primeiros telefones Windows Phone Series 7 cheguem ao mercado para o Natal de 2010. Pelo escopo dos parceiros, fica claro que a Microsoft também está olhando para além do celular e pode contemplar outros dispositivos, como smartbooks, na plataforma WP7.
Sem exclusividade
Duas operadoras devem ser as primeiras a lançar aparelhos com a tecnologia: AT&T nos EUA (que também foi a primeira a lançar o iPhone, da Apple) e a Orange, que atua principalmente na Europa. Para Olaf Swantee, SVP da Orange para Europa, o WP7 será parte importante da estratégia da operadora para fazer com que 75% da base utilize o telefone para acesso à Internet até o final de 2011. Hoje, apenas 25% dos 130 milhões de clientes da Orange utilizam a Internet pelo celular.
Steve Ballmer também adiantou que a plataforma Windows Phone Series 7 deverá ser plenamente integrada com o serviço de IPTV U-Verse, da AT&T nos EUA, e outras plataformas de vídeo existentes. Ele ressaltou que o tempo de lançamento até o final do ano é necessário para que todos possam trabalhar sobre as especificações de hardware e software a tempo de ter um produto mais completo em termos de aplicações e funcionalidades no final do ano. "Quando dizemos que os fabricantes e operadores precisarão atuar mais consistentemente, lembro-me do exemplo do lançamento do Windows. Em relação ao DOS, o Windows precisou de muito mais consistência dos fornecedores de hardware", disse Ballmer. No vídeo de demonstração do WP7, uma clara provocação ao conceito por trás do iPhone, em que as aplicações não funcionam em paralelo (multitarefa), e ao fato de as aplicações serem estáticas.
A Microsoft, por sua vez, também não parece estar trabalhando no modelos fechado da Apple em termos de parceiros de harware ou de operadoras, como aconteceu no lançamento do iPhone, há três anos. Ao contrário, várias operadoras foram citadas na apresentação e devem ser parceiras no lançamento do WP7. T Mobile, Telefônica, Orange, SFR, AT&T, Vodafone, Telecom Italia, Sprint, Telstra e Verizon estavam entre as citadas, o que significa que pelo menos TIM e Vivo, no Brasil, podem ser envolvidas no lançamento da nova plataforma da Microsoft.

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