Os dois ex-CEOs da Research in Motion (RIM), Jim Balsillie e Mike Lazaridis, receberam cerca de US$ 12 milhões no total de bônus no último ano fiscal à frente da companhia. Eles ocuparam o cargo de presidente-executivo até o fim de janeiro, quando a fabricante do BlackBerry anunciou que abandonaria o modelo de gestão com dois executivos. A gestão com dois executivos no comando da empresa gerou inquietação entre os investidores, que estavam bastante insatisfeitos com o desempenho da empresa, a qual agora luta para sobreviver no mercado de smartphones, superada pela Apple e pela Samsung.
De acordo com o formulário 6-K protocolado na Security Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, Balsillie embolsou US$ 7,93 milhões entre salários e bônus, somado a um pacote de segurança de US$ 4,8 milhões. Lazaridis, por sua vez, amealhou US$ 3,96 milhões em prêmios e salários, além de ter obtido a extensão do seguro saúde, para ele e sua família, carro e motorista por dez anos. Os benefícios foram concedidos com a renúncia de ambos, que dividiam o cargo, para chegada de um novo CEO, Thorsten Heins.
"Os senhores Lazaridis e Balsillie revolucionaram a indústria wireless global com a introdução do BlackBerry e mudaram para sempre a maneira pela qual o mundo se comunica", diz o texto do documento. "Sob sua liderança, a companhia venceu muitos desafios e rapidamente se tornou uma empresa global líder do segmento, com vendas em mais de 175 países e mais de 17 mil funcionários em todo o mundo. Na última década, a organização teve um tremendo crescimento, com um salto da receita de US$ 294 milhões para US$ 20 bilhões", conclui.
De acordo com o blog de tecnologia All Things Digital, ligado ao The Wall Street Journal, há cinco anos a capitalização de mercado da RIM era 16 vezes superior à atual. O declínio da fabricante começou há pelo menos quatro anos – muito tempo antes da mudança na gestão.