Gestão geográfica no agronegócio ajuda elevar a produtividade

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O Brasil é o terceiro maiorprodutor de commodities do mundo. Cultivadas em larga escala e com um grau mínimo de industrialização, essas mercadorias são transacionadas em bolsas de mercadorias e futuros globalmente e estão suscetíveis às oscilações do mercado. A forma de negociação beneficia o comércio das commodities, mas, por outro lado, o torna dependente dos preços estabelecidos internacionalmente.

Essa padronização e o aumento do custo de produção fazem com que as empresas agrícolas busquem elevar a eficiência e a racionalização dos custos constantemente, para garantir uma larga produção e aumento na margem de lucro.

Soluções especializadas e integradas ajudam os grandes produtores nesse desafio, principalmente no caso dos grandes conglomerados agrícolas, com unidades produtivas que ultrapassam os 200 mil hectares dispersos em vários estados do país.

O acompanhamento do que ocorre em campo passa a ser fator decisivo para a eficiência das operações agrícolas e reforça a importância de ferramentas que simplificam a localização física da propriedade, como o Sistema de Informação Geográfica (SIG). A ferramenta ganha relevância por possibilitar um acompanhamento intensivo dos detalhes de produção e a visualização espacial de temas até então analisados por gestores e empresas agrícolas em relatórios e planilhas.

Dessa forma, a solução permite a análise das informações coletadas em cada um dos talhões – divisões de uma propriedade rural. Essas áreas são identificadas por coordenadas GPS (latitude e longitude) que facilitam a rápida localização do talhão.

Além das anotações dos pontos georreferenciados observadas no deslocamento da equipe nas áreas da empresa, o SIG também exibe imagens de satélites de diferentes fontes e resoluções espaciais e temporais, informações da própria base cartográfica com layers (rios, córregos, nascentes, malha viária, canais de vinhaça, áreas de preservação permanente, redes de energia elétrica, perímetros urbanos), do banco de dados da empresa (tipos de solos, ambientes de produção, variedades, dosagens) e até mesmo dos produtos utilizados em cada talhão.

Com a solução ainda é possível identificar a categoria e o tipo de corte da plantação (mecanizado ou manual); as datas de plantio e do último corte; a categoria do plantio (mecanizado, semimecanizado ou manual); estimativas de produção; produtividade da safra anterior e da safra vigente; resultados de análise pré-colheita; incidência de pragas e observações agronômicas, como geadas e chuvas de granizo.

As funcionalidades gráficas da ferramenta tornam a visualização de todos esses dados, seja ela por tema específico ou por talhão, mais simples. Além disso, as informações podem ser adicionadas aos poucos, por camadas e por ordem de prioridade, simplificando o monitoramento de todas as atividades e operações agrícolas, a logística de transporte coletivo de colaboradores, os veículos de apoio e administração, pivôs de irrigação e demais processos e atividades relevantes em cada empresa agrícola.

A percepção dessas informações de maneira separada ou agregada ajuda o produtor a controlar a aplicação de adubos e defensivos e estabelecer planejamento e controle mais apurados dos custos de produção e da margem de lucro de cada talhão. Com um banco de dados de pelo menos três anos, a empresa consegue identificar os talhões mais produtivos, as épocas com menos chuva e o dia ideal de plantio.

O Sistema de Informação Geográfica pode ser mais bem aproveitado quando integrado com tecnologias de telecomunicações e com a utilização de dispositivos móveis em campo. Essa junção eleva a eficiência da gestão geográfica da propriedade ao possibilitar a atualização dos dados em tempo real e consultas temáticas no banco de dados de forma ágil e simples.

A tecnologia no campo vem ajudando o Brasil a dar um salto de qualidade fundamental para manter-se entre os líderes desse mercado. O SIG colabora com esse movimento. Dados confiáveis reduzem erros e tornam as decisões no campo cada vez mais assertivas.

*Fábio Girardi é diretor do segmento de agroindústria da Totvs.

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