Seis armadilhas a serem evitadas na virtualização e na adoção da nuvem

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Com toda a visibilidade que a virtualização de servidores recebe, muitos podem pensar que todo mundo já a está utilizando em todos os lugares. No entanto, a realidade é que muitas empresas ainda estão no processo de adotar a virtualização pela primeira vez, para um novo grupo, departamento ou aplicativo. Um estudo de 2012 da Kaspersky Lab indicou que 69% das empresas norte-americanas estão, neste momento, implementando ou já implementaram a virtualização de servidores, enquanto 31% das empresas não virtualizaram.

Dell e Intel fizeram outro estudo que mostra uma adoção ainda mais baixa na Europa, com o Reino Unido e Benelux na liderança com 41% e 43% das empresas, respectivamente, utilizando a tecnologia, na comparação com uma queda de 24% das empresas da Suíça que utilizam a virtualização de servidores. Levantamento feito em 2011 pela VMware indicou que, dentro das empresas, os aplicativos essenciais aos negócio foram virtualizados em apenas 40%-60%, e todos os aplicativos apresentavam uma virtualização média de 59%.

Isso tudo se soma a muitas organizações que ainda não adotaram a virtualização. Se forem consideradas as empresas que vão um pouco além e estão adotando uma infraestrutura de computação em nuvem, a porcentagem cai.

A boa notícia é que agora temos informações suficientes para entender as principais armadilhas que as empresas muitas vezes enfrentam quando começam a jornada para a virtualização ou para a nuvem. Nesse artigo, vamos dar uma olhada em seis dos erros mais comuns que as equipes cometem quando se movem em direção à virtualização ou à nuvem.

Armadilha 1 – Pensar em silos

É quase impossível em TI não se especializar em alguma medida. Ser um especialista em virtualização, servidores, armazenamento, redes e aplicativos exige curvas de aprendizado bastante substanciais. Como resultado, as organizações naturalmente começam a alinhar as pessoas, as ferramentas e os processos com cada silo respectivo.

A transição para a virtualização ou para a nuvem pode ser verdadeiramente uma mudança prejudicial de tecnologia. Se partes da organização fazem a transição, mas as outras permanecem em silos, pode ser desastroso. A virtualização e a nuvem alteram completamente a taxa de mudança necessária para uma organização de TI. Os hipervisores modernos fizeram muito para incorporar os elementos de servidor, armazenamento e gerenciamento de rede para o hipervisor (por exemplo, os armazenamentos de dados gerenciam muitas tarefas de armazenamento relacionadas, os switches virtuais podem gerenciar tarefas de rede). No entanto, os recursos físicos ainda são necessários por trás da infraestrutura virtual. Se um sistema está ficando sem espaço no disco físico, não há maneira de resolver esse problema que não seja o provisionamento de mais disco físico.

As equipes que passam a adotar a virtualização e a nuvem precisam pensar de forma holística, e alinhar a equipe mais ampla com os objetivos da implementação virtual. Fornecer visibilidade através de ferramentas que podem atravessar fronteiras é uma maneira fundamental de integrar as equipes. Se tanto a equipe de virtualização quanto a de armazenamento estão olhando para o mesmo painel ou monitor de alerta, eles podem compreender melhor as tendências e os problemas de trabalhar em conjunto, sem que as partes fiquem apontando o dedo acusatório que geralmente aparece quando um problema inesperado derruba o sistema. Além disso, a revisão de procedimentos de antemão para vencer o tempo de reação exigido pelos sistemas virtualizados é outro fator importante para garantir que a equipe de TI mais ampla se depare com o sucesso da implementação virtual ou da nuvem.

Armadilha 2 – Virtualizar os aplicativos errados

A virtualização funciona melhor nos aplicativos padronizados e bem-conhecidos. Há uma gama enorme de experiências, práticas recomendadas, ferramentas de gerenciamento e suporte de fornecedor para aplicativos comuns, como Exchange ou SharePoint. Além disso, as operações realizadas por esses sistemas são padronizadas e podem ser repetidas e, portanto, são muito bem adaptadas para a automação.

Se você está querendo problemas, é só começar sua jornada de virtualização com um aplicativo personalizado legado que está constantemente sendo alterado ou modificado. Outros aplicativos de alto desempenho, como processamento de transações ou bancos de dados de alta finalidade, também são lugares difíceis para começar.

Armadilha 3 – Comprar com base no marketing de fornecedor

Os gerentes de TI de nível executivo ou da alta administração são constantemente bombardeados com estratégias de marketing inteligentes, visões de longo prazo e apresentações brilhantes no PowerPoint. Com a administração segurando o talão de cheques, os administradores de TI podem ficar presos em soluções complexas e difíceis de usar que não atendem às suas necessidades e que necessitam de serviços externos para cada mudança ou atualização.

Então, o que o administrador de TI que está nas trincheiras deveria fazer? Seja proativo! Realize pelo menos uma análise competitiva simples, pesquise as ferramentas dos fornecedores, baixe e instale versões de teste do produto e fale com os colegas de outras empresas que adotaram a virtualização ou a nuvem. Sempre insista em ter uma atitude ativa em relação à tecnologia em seu ambiente para os casos de uso. A maioria dos (bons) executivos entende que eles precisam contar com as pessoas com profundo conhecimento do domínio para ter sucesso em um projeto. Assim, uma equipe de TI que desde o princípio conta com grandes quantidades de dados pode ajudar a definir os requisitos certos de RFP e ter um grande impacto sobre a escolha final da tecnologia.

Armadilha 4 – Não definir uma linha de base ou metas

A mudança é sempre difícil. À medida que as pessoas se ajustam a novos sistemas e abordagens, sempre haverá aqueles que sentem saudades dos velhos caminhos. Eles costumam expressar esse sentimento com declarações do tipo "funcionou melhor com o sistema antigo" ou "o novo sistema é muito lento". A melhor maneira de combater essa reação natural negativa à mudança é com dados.

Antes de fazer a transição para um sistema virtualizado, não se esqueça de identificar as principais métricas e pontos de referência que lhe permitem criar uma linha de base para os sistemas existentes antes de fazer sua transição ou desativá-los com vistas aos sistemas virtualizados ou de nuvem. Em seguida, você terá de recolher os dados semelhantes para os novos sistemas. Isso permite que os dados falem por si sós e evita argumentos baseados apenas em opinião subjetiva. Nos casos em que os céticos realmente estão certos, você tem dados para identificar e corrigir os problemas bem antes que o apoio mais amplo à iniciativa comece a ficar comprometida.

Depois de ter uma linha de base, estabeleça metas quantitativas para acompanhar seu próprio progresso com o projeto. Pode ser um pouco delicado estabelecer metas para um sistema novo, para o qual fica difícil saber exatamente qual será o desempenho. Uma boa abordagem é se aferrar a metas comerciais de alto nível para o público mais amplo – tempo para implantar um novo aplicativo, custo da mão de obra por servidor gerenciado, etc. Internamente, você pode querer definir metas de desempenho mais detalhadas para usar como guia e assim ajudar a identificar as áreas problemáticas em que se deve trabalhar.

Armadilha 5 – Habilidades de inventário

A equipe que administra o ambiente de virtualização ou de nuvem pode garantir o sucesso ou o fracasso de um projeto. Indo mais longe, é fundamental ter as habilidades necessárias para ser bem-sucedido. Com base em um inventário de habilidades de virtualização, tenha um plano para desenvolver uma cobertura adequada das habilidades. Isso poderia incluir aulas de treinamento, excelência em contratação, assessoria altamente qualificada com funcionários de nível de entrada, etc.

Complemente as habilidades documentando o conhecimento de domínio que você aprende ao longo do processo. Estabeleça procedimentos para as operações comuns e para as práticas recomendadas para capturar o "conhecimento tribal" que você gera ao orientar e implementar o ambiente de virtualização ou de nuvem. Isso também o deixa menos suscetível a problemas se você for um especialista solitário da VMware, ir para outro emprego ou sair de férias.

Armadilha 6 – Pensar de forma fácil é sempre bom

Fácil é geralmente bom, mas com a virtualização e com a nuvem pode haver uma desvantagem em ser fácil e rápido. Quando se mostra possível implantar as novas VMs em minutos, ou um novo servidor de nuvem da Amazon é comprado com um cartão de crédito, muitos dos limites naturais dos sistemas físicos desaparecem. Embora a "proliferação de VMs" não seja um conceito novo, o momento para lidar com isso é quando você está criando seu ambiente, e não depois de ter descoberto que você tem um problema.

Se você definir as expectativas e os parâmetros de antemão dizendo a seus usuários que eles só têm um determinado número de VMs, uma quantidade limitada de armazenamento, ou que as VMs que não se registraram no sistema em três meses serão excluídas, será muito menos doloroso para você e para seus usuários quando chegar a hora de começar a aplicar esses limites. Impor as coisas após o fato significa que os usuários têm que voltar às VMs e aos arquivos que são antigos e tentar lembrar quais são importantes, quais arquivar e o que jogar fora.

Há muitos outros erros para as pessoas cometerem quando começam a trilhar o caminho para a virtualização ou para a nuvem; não faz sentido cometer os mais comuns.

*Michael Thompson é diretor de estratégia comercial para o portfólio de gerenciamento de servidores e aplicativos da SolarWinds.

1 COMENTÁRIO

  1. Muito bom o Artigo. Parabéns ao autor que deixo o texto bem didático e prazeroso de se ler. Existem poucas pessoas no mercado que possui realmente o domínio na parte de virtualização.

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