Sobrecarga de informações e o filtro social

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Num fim de semana, cruzei a marca de 2 mil seguidores no Twitter. Eu mesmo sigo 742 pessoas na rede de microblogs. Alguns deles tuitam raramente, mas acredito que a média é de cerca de 5 a 7 tweets por dia. Isso significa que o meu fluxo do Twitter é de cerca de 3,5 mil a 5 mil tweets por dia e as vezes até um pouco mais, em alguns momentos.

Faço muitas palestras e repasso essa estatística para as pessoas, geralmente seguido por minha afirmação de que dada a escolha irrevogável entre e-mail e Twitter, eu escolheria este último num piscar de olhos e sem arrependimentos. Muitas dessas pessoas, com um olhar chocado, pergutam como eu consego manter com 3,5 mil – ou mais – tweets quando muitos deles lutam com "apenas" cem  ou mais mensagens de e-mail por dia?

Para isso tenho duas respostas. A primeira é que o Twitter, como muitas outras ferramentas de mídia social, não deve ser visto como um copo para beber, mas como um rio para molhar apenas um dedo do pé, quando o tempo permitir. Vários tweets são fúteis, irrelevantes, supérfluos, muito críticos para se compreender, sem contexto, etc. Então, eu não tento beber o rio inteiro. A segunda resposta é muito paraecida com a primeira. Quando eu faço a analogia do rio, a próxima pergunta é muitas vezes: "mas você não perde coisas dessa maneira?" Em outras palavras, como eu poderia defender dumping de e-mail e depois não ler todos os meus tweets – soa mais como uma receita para deixar de fazer coisas realmente importantes.

Minha resposta a essa pergunta e para o amplo uso do Twitter reside no conceito de filtro social. O valor mais significativo que recebo da rede de microblogs são mensagens que apontam para mais de um recurso como blogs, infográficos, white papers, divulgação de eventos, e assim por diante. É possível que eu possa perder um grande post de um blog – mas não é provável por causa do modo como funciona o filtro social. Tenho interesses ecléticos, mas tenho cultivado um ecossistema de informação no Twitter que, quando algo bom acontece, vou vê-lo várias vezes no meu Twitter como num fluxo de pessoas retuitando ou comentando.

Isso também tem a vantagem adicional de separar as coisas realmente interessantes a partir do mais mundano: se eu vejo um post, geralmente eu tento ter um tempo para lê-lo. Mas quando vejo algo que foi retuitado, eu sei que há algumas coisas boas lá. E quando eu vejo que este post incomodada à outros na blogosfera que lida com o gerenciamento de conteúdo nas empresas, sei que vai ser excepcional e com freqüência, paro o que estou fazendo para dar uma olhada.

A outra coisa é que sempre tento manter um olho nas minhas mensagens diretas, que servem a exemplo do que acontece com os  e-mails no ecossistema do Twitter. Assim, entre a minha filtragem e meus filtros sociais é altamente improvável que eu perca alguma coisa de real impacto (mesmo porque meus interesses e fontes de informação não mais de 100% que outra pessoa a qual sigo, a probabilidade de ver algo que eu não teria visto de outra forma é dramaticamente mais alta. Chamo essa descoberta de casual e vejo-a como um valor importante), quase todos os dias tenho exemplos de pessoas as quais deveria seguir ou ler como resultado desta abordagem.

Um pensamento final para amarrar isso em negócios sociais. Se você tivesse uma ferramenta como o Twitter, que permitisse acompanhar seus colegas de trabalho e saber das novidades, e que pudesse também acompanhar os outros membros de sua organização com os quais você não se relaciona, utilizando-se desse filtro social, que novas idéias, produtos e serviços você não poderia ter?
*Jesse Wilkins é especializado em social business e diretor da Association for Information and Imaging Management (AIIM), principal entidade mundial na área de gestão do conteúdo corporativo.

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