As mais promissoras empresas de tecnologia para comprar, segundo o Morgan Stanley

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Mesmo com o ritmo geral de fusões e aquisições de empresas de tecnologia tendo desacelerado 6,5% no último trimestre, há negócios bastante interessantes no setor, o que pode provocar um efeito positivo sobre os preços das ações de tecnologia a partir do mês que vem, calcula o estrategista de ações do Morgan Stanley, Adam Parker. O banco atualizou o ranking das empresas com grande potencial de retorno que poderiam ser adquiridas, de acordo com um modelo de análise próprio sobre as finanças das companhias.

No último trimestre, o grupo de empresas de tecnologia de hardware e a indústria de equipamentos, por exemplo, destacaram-se com 10,6% das ações recebendo ofertas, de acordo com pesquisa do banco. O Morgan Stanley acha que ao menos seis empresas têm elevada probabilidade de receber uma oferta de compra nos próximos 12 meses.

Além de gigantes do setor como a Microsoft, que está adquirindo o LinkedIn por US$ 26 bilhões, a fornecedora de software de ciberssegurança Symantec, que está incorporando a Blue Coat Systems, por cerca de US$ 4,65 bilhões, e a Oracle, que assinou acordo para comprar a fornecedora de software em nuvem Netsuite, por US$ 9,3 bilhões, há grande possibilidade de "compradores não tradicionais" entrarem nessa briga, como a GM e Bed Bath and Beyond, que estão "engolindo" startups para agregarem tecnologias aos seus produtos, disse Marc Andreessen, cofundador do fundo de capital de risco Andreessen Horowitz, ao site Business Insider.

Na lista de empresas do setor de tecnologia que o Morgan Stanley vê como elevada probabilidade de serem adquiridas estão a Brocade Communications, FireEye, Fitbit, Yelp, Cypress Semiconductor e a Take-Two Interactive Software. Esta última é uma editora nova-iorquina que desenvolve e distribui jogos de videogame. Com valor de mercado avaliado em US$ 3,81 bilhões, a Take-Two Interactive é a dona da popular série de videogames "Grand Theft Auto", cujo décimo quinto título da série, o Grand Theft Auto V, ultrapassou US$ 1 bilhão em vendas nos primeiros três dias de seu lançamento neste ano.

O console de videogame foi o mais vendido na América do Norte, América Latina e na Europa em 2013, com mais de 33 milhões de cópias e vendas de US$ 2,4 bilhões. Recentemente, a empresa foi alvo de um processo judicial da atriz Lindsay Lohan, que alegava que a personagem do game teria sido criada com base em sua imagem, sem autorização. Mas, no início deste mês, um tribunal de apelações de Nova York rejeitou a ação. O tribunal também negou queixas similares contra a Take-Two feitas por Karen Gravano, estrela da série de TV "Esposas da Máfia".

Outra boa opção, segundo o Morgan Stanley, é Cypress Semiconductor uma das maiores fabricantes de SRAM, chip de memória que é usado em eletrônicos de consumo. Com valor de mercado de US$ 3,8 bilhões, a empresa está atuando fortemente junto aos fabricantes de automóveis para que incorporem seus chips, com aplicações que incluem de rádios sem fio a displays touch. Fundada em 1982, a Cypress produz chip para sistemas embarcados avançados, eletrodomésticos, eletrônicos de consumo e produtos médicos.

Redes e segurança cibernética

Frequentadora assídua de quase todas as listas de empresas com potencial para serem adquiridas, a Brocade Communications, fornecedora de software e sistemas para armazenamento de dados, passou a diversificar amplamente seu portfólio a partir de 2008 com a aquisição da fabricante de equipamentos de redes Foundry Networks, por cerca de US$ 3 bilhões. Avaliada atualmente em US$ 3,62 bilhões, em maio passado, ela adquiriu a empresa de equipamentos de rede sem fio Ruckus Wireless, por US$ 1,5 bilhão. O banco americano aponta a companhia como forte candidata a receber uma oferta de compra nos próximos 12 meses.

Assim como o segmento de redes corporativas, o Morgan Stanley vê grande potencial em empresas de segurança digital. Uma delas é a FireEye, empresa de segurança cibernética que hoje tem valor de mercado de US$ 2,43 bilhões. A empresa, por sinal, contratou o Morgan Stanley para coordenar a venda de seus ativos, mas acabou recusando várias ofertas públicas no início deste ano.

A FireEye teria recusado ofertas de pelo menos dois pretendentes, alegando que elas ficaram abaixo de suas expectativas, que eram US$ 30 ou mais por ação. Um dos potenciais compradores, segundo rumores no mercado, era a Symantec, que comprou a Blue Coat. As negociações também não progrediram com outro comprador interessado no final de março.

Wearables e internet

As tecnologias wearables (vestíveis), que rapidamente foram incorporadas a pulseiras e relógios que medem a pressão arterial e os batimentos cardíacos e passaram a ser adotadas pelos profissionais de saúde, devido à praticidade e à facilidade na coleta de informações, fizeram da Fitbit, fabricante de dispositivos para monitoramento de saúde e condicionamento físico, um fenômeno no mercado, avaliada hoje de US$ 3,28 bilhões. Daí, o fato de ser apontada pelo Morgan Stanley como ótima opção de compra. Recentemente, a empresa anunciou que quer ampliar sua atuação para além do mercado de wearables de consumo.

O Yelp, gigante americano das recomendações online e que atua no Brasil desde 2013, tem buscado diversificar as atividades e expandir sua atuação. No ano passado ele adquiriu o famoso serviço de pedido de comida online Eat24, por US$ 134 milhões. A aquisição foi considerada uma estratégia do site para expandir seu alcance nos Estados Unidos. Além disso, ampliou a operação com o lançamento de sites no Chile e Hong Kong, bem como por meio de um serviço móvel que permite aos usuários traduzir comentários. Em 2014, a empresa já havia adquirido os sites de avaliação europeus Restaurant-Kritik e Cityvox. Seu valor de mercado hoje é de US$ 2,93 bilhões.

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