Empresas apostam no crescimento do e-mail móvel

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A difusão das aplicações corporativas em dispositivos móveis é o próximo grande desafio tanto das operadoras, na questão de oferecer tarifas mais atraentes, quanto dos fabricantes de aparelhos, que devem oferecer novas funcionalidades.

De acordo com uma pesquisa da Forrest Research, apenas 2% das contas de e-mail mundialmente são acessadas de forma móvel, o que sinaliza uma grande oportunidade para os desenvolvedores de software.

Segundo a analista da Forrest Research, Maribel López, que participou na semana passada, na Cidade do México, de um evento da Nokia sobre mobilidade corporativa, em três a cinco anos, 80% de todos os smarphones terão capacidade de acesso a e-mail corporativo.

?Hoje, apenas entre 30% e 40% dos smartphones, conforme o país, fazem uso de e-mail. Esses números devem crescer muito com o aparecimento das redes 3G e WiMax e o desenvolvimento de novas funcionalidades de segurança?, diz Maribel.

Uma das tendências, segundo a analista, é um esforco concentrado das empresas em desenvolver funcionalidades de e-mail para telefones mais simples, não considerados smartphones, porque esse recurso é uma demanda cada vez maior dos consumidores corporativos ou não, afirma Maribel.

Segundo o vice-presidente da Nokia para a área corporativa, Scott Cooper, a produtividade de um trabalhador aumenta 40% com o uso de um dispositivo móvel com capacidade de recebimento de e-mail e algumas aplicações corporativas como software de vendas e acesso a informações de estoque.

?O empregado passa a ficar on-line fora do escritório e em momentos que antes poderiam ser considerados improdutivos?, diz Cooper.

A difusão dessas aplicações depende, segundo Cooper, de tarifas mais acessíveis de transmissão de dados. ?Conversamos com diversas operadoras para a oferta de tarifas flat para dados, a exemplo da Vivo e da Claro no Brasil?, diz Cooper. Ele destaca que o lançamento de redes 3G no Brasil deve incentivar ainda mais o uso das aplicações corporativas, mas disse não saber avaliar quanto esse mercado vai crescer no País.

Novo produto

De olho no mercado latino-americano, que busca equipamentos mais baratos, mas com funcionalidades corporativas, que com a chegada das redes 3G vai exigir dispositivos com mais recursos, a Nokia está lançando o telefone móvel E51, que chega no Brasil até o Natal.

O aparelho tem capacidade de acesso à internet e recebimento de e-mail, conta com MP3 e câmera de 2 megapixels, mas não se trata de um smartphone. ?É um produto mais simples, para redes 2G e 3G, tanto para o mercado corporativo quanto para o consumidor final?, explica o diretor da Nokia para a América Latina, Hernán Lardiez.

Aposta no Symbian

Diferentemente de seus rivais Motorola e Samsung, a Nokia não se juntou à aliança proposta pelo Google para o desenvolvimento de uma plataforma aberta para smartphones, o Android.

?Apostamos em uma plataforma estável, que está no mercado há 20 anos e continua a ser desenvolvida e conta com muitos aplicativos disponíveis, que é o Symbian?, afirma Scott Cooper. Ele não descarta, no entanto, participar dessa aliança, ?se o mercado demandar?.

Entre os rivais da Nokia em sistemas operacionais, Cooper destaca outros concorrentes ?mais relevantes?, como o Blackberry, que conta com 3 milhões de usuários, e o Windows Mobile. ?O Symbian conta tem 61% do mercado de sistemas operacionais para smartphones com um crescimento anual de mais de 40%. Estamos apostando em uma plataforma estável que tem hoje o maior crescimento entre outras plataformas. Não significa que no futuro vamos oferecer dispositivos para outros sistemas operacionais, mas não é isso que estamos olhando hoje?, completa Cooper.

Segurança

Com a difusão das aplicações corporativas em dispositivos móveis, outro grande desafio que se coloca para as operdoras e empresas é a segurança dos dados. Para Cooper, as operadoras se deram conta somente recentemente que um dos grandes serviços de valor agregado é a oferta desse recurso para seus usuários corporativos.

?A DoCoMo, do Japão, iniciou uma oferta de replicação de dados corporativos, um sistema de backoffice para smartphones por US$ 0,50 por mês com a adesão de quase 90% dos usuários ao serviço?, explica.

Por US$ 0,10 a empresa oferece replicação de contatos e agenda para assinantes não corporativos, com adesão muito alta também. ?São aplicações simples que podem aumentar a receita das operadoras com serviços e aumentar a confiança das empresas em oferecerem aplicações móveis a seus empregados, sem medo de perda de informações?, finaliza Cooper.

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