Brasil quer estar entre os 5 principais exportadores de TI

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Um grupo de empresários do setor de TI acompanhado de representantes do governo brasileiro desembarca na próxima sexta-feira, dia 24/3, em Nova York, para apresentar às autoridades americanas um plano estratégico do Brasil para exportação de serviços.

O objetivo deles é mostrar que o Brasil é um grande fornecedor de TI e tem competências para ser uma das alternativas nos projetos globais, que hoje são fechados com Índia, China e outros países emergentes.

A missão é liderada pela Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços para Exportação (Brasscom), que quer posicionar o país entre os cinco fornecedores mundiais de TI.

Os executivos querem que as empresas americanas não coloquem todos os ovos na mesma cesta, fechando contratos com mais de um país para dividir os riscos de segurança.

Essa segunda opção pode ser o Brasil, que é um grande fornecedor de TI. Os argumentos deles estarão embasados por um estudo contratado pela Basscom e concluído recentemente pela A.T. Kearney que traça as diretrizes do país para aumentar a presença no mercado externo.

A pesquisa comprovou que a indústria nacional tem grande potencial para disputar uma fatia da receita global de outsourcing de serviços de software que movimentou US$ 607 bilhões em 2004 e que crescerá quase 6% ao ano até 2008.

?O Brasil tem competência para entrar na rota do offshore porque testou soluções na prática?, diz Antonio Carlos Rego Gil, presidente da Brasscom e da CPM.

Ele cita o know how adquirido no setor financeiro, a experiência bem-sucedida da Receita Federal com o processamento do imposto de renda de pessoa física, que no ano passado recebeu mais de 90% das declarações pela internet e a automatização das eleições em cinco mil municípios com apuração dos resultados duas horas depois da votação.

Essas especialidades não são conhecidas no exterior, diz Gil. Ele observa que as referências do Brasil lá fora são o carnaval, o futebol, a modelo Giseli Bündchen e a violência.

O executivo reforça que as competências da indústria brasileira têm que estar no cartão postal do país e serem amplamente divulgadas não apenas pelas empresas, mas principalmente pelo presidente da República, como acontece na Índia. Os CIOS também têm de vencer a timidez e fazer muito networking no mercado externo.

Desafios para entrar no radar mundial

O estudo da A.T. Kearney confirma as competências do Brasil em TI, mas apurou que o país ainda tem que fazer sua lição de casa antes de alçar grandes vôos.

Uma delas é melhorar a capacitação de seus profissionais, que precisam aprender a dominar inglês, que é um dos pontos fortes da Índia na hora de disputar um contrato. As parcerias com universidades americanas para formar PhD em Ciências da Computação para exportar cérebros também são importantes.

O governo precisa criar incentivos fiscais e as empresas definirem ofertas específicas para o mercado internacional, alinhadas com uma visão de longo prazo. Elas terão também de investir em certificações baseadas em padrões mundiais que atestam a qualidades dos serviços do Brasil no mercado externo.

Essas são apenas algumas das barreiras que o Brasil terá de vencer para ser um dos cinco principais exportadores de TI e atingir a meta lançada pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para 2008.

As projeções são de que até lá o país estará movimentando US$ 2 bilhões no mercado internacional e contará com um time de 50 mil profissionais capacitados para atender clientes do exterior. O presidente da Brasscom acha que o país tem fôlego para ir além e faturar US$ 5 bilhões com offshore até 2010.

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