Banda larga móvel cresce mais de 460% no ano no país

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A banda larga móvel no Brasil cresceu 464% em um ano, chegando a 1,314 milhão de acessos em julho, de acordo com a pesquisa Barômetro Cisco de Banda Larga, realizada pela IDC. Mas a banda larga fixa também apresentou resultado surpreendente. A base de 10 milhões de conexões já foi atingida. O crescimento total foi de 48,3% na comparação anual.

O presidente da Cisco, Pedro Ripper, reconhece que o gigantesco aumento da banda larga móvel ocorreu porque a base era pequena. Mas mesmo assim, o serviço representou cerca de um terço do crescimento total. No segundo trimestre do ano passado, as ofertas de banda larga móvel eram o TIM Web, da TIM, em 2,5G, o serviço da Vivo sobre a rede CDMA e o 3G da Claro, em 850 MHz.

De acordo com Ripper, o crescimento da banda larga móvel teria sido ainda maior se as empresas não tivessem subdimensionado a demanda e, conseqüentemente, a capacidade das suas redes. No primeiro trimestre do ano foram adicionados 500 mil novas conexões móveis, mas no segundo apenas 200 mil. O executivo explica que as operadoras tiveram de "desligar a máquina de vendas", porque faltou modem e as redes IP foram cinco vezes subestimadas, segundo ele. "Todas as operadoras fizeram compras emergenciais. Alguns projetos já foram concluídos, outros devem ser finalizados nos próximos dois meses", diz ele.

Para os próximos trimestres – especialmente o quarto que compreende o período natalino –, Ripper acredita que as operadoras vão retomar a agressividade nas vendas. Na verdade, esse movimento parece que já começou. A Claro anunciou recentemente uma parceira com a Microboard, cujo notebook vem com um chip 3G integrado; caso o cliente ative o serviço, ele tem conexão de 1 Mbps gratuita durante um ano.

Banda larga pré-paga

Para o segmento de baixa renda, o executivo acredita que as operadoras móveis devem criar ainda este ano produtos de banda larga móvel pré-paga. Muitas vezes, o usuário da classe C e D que está adquirindo seu primeiro computador não tem nem linha fixa em casa, então esse produto seria ideal para ele. "Esse produto é matador para o Brasil, vai matar as fixas porque pega justamente a classe que hoje não é atendida", afirma.

Na oferta das incumbents, esse cliente inevitavelmente teria que arcar com a assinatura básica da telefonia fixa; na oferta das operadoras de cabo ele teria um pacote com TV por assinatura, o que pode não ser do seu interesse, considerando, é claro, que ele tenha o cabo passando na sua rua.

Na avaliação de Ripper, a concorrência com as redes 3G levará as operadoras fixas a aumentarem as suas velocidades, mais ou menos como hoje já acontece onde existe a concorrência do cabo com as incumbents. A velocidade pode ser o diferencial para as fixas. "Para as móveis é mais difícil aumentar a velocidade", afirma.

High end

No segmento de alta renda, entretanto, Ripper acredita que as operadoras de cabo levarão vantagem na oferta de altas velocidades como 20 Mbps, 50 Mbps ou 100 Mbps. Isso porque a infra-estrutura de cabo já permite oferecer 20 Mbps e exige investimentos menores para velocidades superiores. Já no caso das incumbents, o único caminho é a fibra, que é mais cara. Dentro de 12 meses, já devem aparecer as primeiras ofertas de 20 Mbps, segundo ele.

América Latina

O Brasil apresenta 4,3% de penetração do serviço de banda larga, atrás da Argentina e do Chile que têm respectivamente 6,6% e 8,8%. Por outro lado, está à frente do México, por exemplo, que tem índice de apenas 2,3%. Ripper afirma que a classe média mexicana é muito maior que a brasileira, mas tem menos competição – basicamente todas as ofertas pertencem ao grupo Telmex. "Um efeito anula o outro", diz ele. Para efeito de comparação, a penetração da banda larga na Espanha é de 17%; nos EUA, 19%. A América Latina conta com 17 milhões de conexões banda larga.

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