Aplicativos de mensagens como WhatsApp 'roubaram' US$ 33 bi de receita das teles em 2013

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Para quem acha que a bolada de US$ 19 bilhões paga pelo Facebook pelo WhatsApp foi exagerada deve olhar com mais atenção os números do mercado de aplicativos de mensagens de texto, que vem conquistando cada vez mais os usuários de tablets e smartphones. Embora a rentabilidade dos apps móveis, como também são conhecidos, ainda seja baixa, os números mostram que eles têm roubado cada vez mais receita do serviço de SMS das operadoras de telefonia.

Somente no ano passado, os aplicativos de mensagens — como WhatsApp, Line Messenger, Viber, We Chat e outros —, subtraíram cerca de US$ 33 bilhões de receita das teles em todo o mundo, de acordo com pesquisa da Ovum. Segundo projeção da consultoria, esta cifra deve atingir US$ 54 bilhões em 2016.

"A tendência de os aplicativos de mensagens corroerem receita das operadoras — em alguns países mais do que em outros — vai continuar", avalia Chetan Sharma, analista da empresa de pesquisas Issaquah, em entrevista à Bloomberg. "O impacto dos apps de mensagens está sendo sentido em todo o mundo, e o WhatsApp, claramente, tem liderado esse movimento."

À medida que mais consumidores adquirirem smartphones, que têm acesso à internet, mais crescerá o uso de aplicativos como o WhatsApp, diz ele. A opinião geral é que o surgimento desses aplicativos ofereceu uma forma de comunicação mais barata, especialmente para o envio de mensagens entre os diferentes países, o que acabou tirando receita dos serviços de SMS, que eram uma importante fonte de renda para as operadoras em todo o mundo.

Crescimento do WhatsApp

A estrela desse movimento é, sem dúvdia, o WhatsApp, que sempre foi mais barato que os serviços de SMS, especialmente para o envio de mensagens além-fronteiras. O aplicativo, que costumava ser pago no iOS e grátis no Android, agora é gratuito em todas as plataformas ­— a empresa cobra apenas uma taxa US$ 1 do usuário após um ano de uso.

O WhatsApp, assim como o Viber, o Line, We Chat e o Viber, entre outros serviços, usam a internet para enviar os dados em vez da rede de celular, permitindo que os usuários enviem mensagens de texto, multimídia e de voz de forma gratuita, ou próximo disso.

Com um grande número de fãs na Europa, Índia e América Latina, esses aplicativos estão desbancando rapidamente o serviço de mensagens de texto tradicional. Não é por outra razão que Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, disse por ocasião do anúncio da compra do aplicativo que espera que o WhatsApp chegue a mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo nos próximos anos.

Declínio do SMS

Para Sharma, da Issaquah, os apps móveis continuarão a ganhar em popularidade e farão comque a receita das teles nos Estados Unidos com o serviço de SMS cai de 3% a 4%neste ano, tendo como base nos US$ 21 bilhões de receita obtidos em 2013. Globalmente, as receitas com SMS das operadoras atingirá o pico em 2016 e, em seguida, começarão a cair, prevê ele.

Essa corrosão da receita das teles causada por esses apps nos últimos anos foi a principal razão pela qual operadoras dos EUA começaram a incluir SMS ilimitado em seus planos de serviço, diz Roger Entner, analista da Dedham.

O primeiro SMS, ou mensagem de texto curta, foi enviado através da rede da Vodafone, em 1992.

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