Portugal Telecom tenta esconder desempenho ruim, diz Sonae

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A Sonaecom acusou a Portugal Telecom de fazer uma "análise seletiva e inexata" dos números utilizados para fundamentar a estratégia de defesa contra a oferta pública de aquisição (OPA) feita por ela. A companhia, braço do grupo português Sonae na área de telecom sublinha, em um documento divulgado nesta segunda-feira (22/1) e que será enviado aos acionistas da Portugal Telecom, que a administração da operadora está tentando "esconder o fraco desempenho financeiro da empresa" e apela aos investidores que "não se deixem enganar pelas análises seletivas".

A Sonaecom diz que a Portugal Telecom tem defendido que, em operações semelhantes, as ofertas correspondem a 7,5 vezes o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) das empresas alvo da oferta de compra, acusando-a de oferecer apenas 6,3 vezes o Ebitda. A empresa do grupo Sonae, no entanto, argumenta que as operações apontadas pela Portugal Telecom não podem ser comparáveis, uma vez que dizem respeito às operadoras de celular ou de TV a cabo.

No documento, que já foi analisado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonaecom garante que as únicas comparações que podem ser feitas dizem respeito à checa Cesky Telecom (6,4 vezes) e à dinamarquesa TDC (6,4 vezes). Por isso, ela sustenta que a sua oferta representa oito vezes o Ebitda da Portugal Telecom e acusa ainda a administração liderada por Henrique Granadeiro de utilizar dados do ano fiscal de 2005 para poder ajustar o Ebitda, uma vez que este indicador recuou 8,4% durante 2006.

A subsidiária do grupo Sonae garante que a sua oferta à Portugal Telecom oferece um prêmio de 2,8 bilhões de euros (R$ 7,7 bilhões) sobre outras operações de mudança de controle acionário e transfere para os acionistas a maior parte das sinergias estimadas da operação. A empresa também salienta que a Portugal Telecom pressupõe que o seu Ebitda permanecerá estável em 2006, sendo que as contas relativas aos primeiros nove meses do ano mostram uma queda de 2,6%, depois de ajustado à provisão da Angola Telecom. Além disso, diz que a operadora defende a recuperação lenta dos resultados operacionais da Vivo, enquanto os números demonstram que, em moeda local, houve uma queda de 24,7% até setembro do ano passado.

A Sonaecom também aponta os cálculos dos custos com os programas de redução de pessoal (que a Portugal Telecom assume como terminando em 2008) como mais um exemplo das análises imprecisas da empresa, argumentando que as previsões da maioria dos analistas apontam para que esses encargos se prolonguem por um período indeterminado.

Com informações da Agência Lusa.

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