Google se sai bem em audiência na comissão antitruste do Senado americano

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O executivo-chefe (CEO) do Google, Eric Schmidt, enfrentou o senadores americanos na quarta-feira, 21, em audiência para averiguar as acusações de que a empresa tem cometido abusos para consolidar sua crescente hegemonia na internet. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal avaliam que o executivo se saiu bem, no que pode ter sido um dos desafios mais dificeis enfrentados por ele nos 13 anos de existência da empresa.

Schmidt negou que o Google manipule os resultados das buscas em seu site para dar preferência aos próprios produtos e fez algumas alusões à Microsoft, outra gigante da tecnologia que enfrentou acusações antitruste na Justiça americana no fim dos anos 1990. Na época a fabricante de software foi ouvida em Washington por suas práticas de negócio e passou anos em batalhas legais para evitar a intervenção do governo. “Eu peço que se lembrem que nem todas as empresas são iguais, e que o passado de uma companhia não é necessariamente o futuro de outra”, afirmou Schmidt.

O CEO do Google afirmou aos senadores que todos os questionamentos são bem-vindos e que a empresa não repudia a investigação antitruste da Câmara de Comércio Federal (FTC), desde que ela “seja focada e justa”. Ele frisou repetidas vezes que o objetivo da empresa é dar aos usuários informações mais relevantes, e que as pessoas podem optar por outros buscadores, sugerindo que a investigação antitruste era incentivada por rivais desapontados com suas posições no ranking de buscas. Dentre os poucos deslizes de Schmidt, um deles foi admitir que a participação do Google no mercado de buscas na internet está “na área” do monopólio, o que depois foi negado pela conselheira da empresa, Susan Creighton.

A questão central levantada por empresas rivais foi o real papel do Google na internet, que pode ter se desvirtuado do mecanismo de buscas, visto que isso pode ser usado para convergir os usuários a seus serviços e plataformas. Quanto a isso, Schmidt se defendeu e disse que a empresa apenas atende aos interesses dos usuários – quando eles buscam por mapas, um dos resultados será o Google Mapas. As empresas com serviços concorrentes alegam que o Google, com isso, impede que seus serviços apareçam no topo, inclusive por meios publicitários e pagos.

Analistas ouvidos pelo jornal americano afirmaram que é difícil estabelecer com certeza se as empresas rivais conseguiram convencer as autoridades frente à defesa feita por Schmidt. “Neste estágio, tudo que sabemos é que alguns rivais sofreram com as práticas do Google”, disse Keith Hylton, especialista em questões sobre práticas anticompetitivas da Universidade de Direito de Boston. “Mas isso não atesta se os consumidores foram lesados”, completa.

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