Microsoft pode ganhar espaço com a compra da Motorola pelo Google

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Com a conclusão da compra da Motorola Mobility pelo Google, anunciada na última terça-feira, 22, a Microsoft pode pegar carona e também ser beneficiada. O sistema operacional Windows Phone, até então insignificante na participação no setor de smartphones, pode encontrar no negócio de US$ 12,5 bilhões uma brecha para ganhar mercado.

"Geralmente, quando um parceiro compra um fornecedor, os negócios não funcionam muito bem para os outros parceiros", avaliou o analista da indústria de telecomunicações Roger Entner, ouvido pelo The New York Times.

Muitos imaginaram que a Motorola seria como uma empresa de testes para o Google testar o Android até chegar na união perfeita entre software e hardware e dominar o mercado de mobilidade. Ao anunciar a compra, o gigante de buscas deixou claro seu interesse na empresa: o portfólio de patentes para se defender de processos judiciais abertos pela Apple e Microsoft. Mas, para Entner, apenas a posse dos direitos de tecnologia não faz sentido. "Se eles não estão jogando a seu favor nessa área, por que então compraram a Motorola?", provoca.

Ao mesmo tempo em que a compra pode trazer uma vantagem para o Google, corre o risco de arruinar o bem-sucedido trabalho em conjunto com fabricantes asiáticas, como a HTC e principalmente a Samsung, hoje com os aparelhos mais populares equipados com o Android. Ter o Google antes como parceiro, agora como rival na disputa por espaço entre os produtores de smartphones e tablets, pode abrir os olhos dessas companhias para o Windows Phone. Hoje, o software da Microsoft está restrito à Nokia, com sérios problemas de rentabilidade e constante declínio no mercado.

"Não há dúvidas que é isso que a Microsoft espera", declarou ao jornal o analista do Gartner, Michael Gartenberg, que acompanha de perto a indústria de mobilidade. "Se ficar claro que a Motorola recebe as versões aprimoradas do Android  antes que todos os outros, e se elas sentirem que estão competindo com o Google em vez de trabalharem em conjunto, pode haver diversas implicações", explica.

Os analistas reforçam que o Google está completamente ciente desses riscos, pois não é interessante para a empresa perder o grande montante de licença proveniente da venda de dispositivos com seu sistema distribuídos entre as fabricantes. "De fato, eles não querem destruir todo o ecossistema que construíram ao longo desses anos, apenas querem ter diretrizes próprias sobre o dispositivo final", finaliza Gartenberg.

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