A Portugal Telecom realizou nesta quarta-feira, 24/1, uma assembléia geral extraordinária (AGE) para deliberar sobre a desblindagem dos estatutos da empresa apenas para a oferta da Sonaecom, questão que deve ser analisada no próximo dia 2 de março.
A assembléia vai analisar a separação da PT Multimedia e o fim do limite de 10% de participação de acionistas na PT.
Esse movimento é uma das condições impostas pela Sonaecom para o sucesso da OPA lançada em fevereiro do ano passado. Alguns acionistas da PT, segundo o Diário Econômico, de Lisboa, disseram que votarão contra a desblindagem de estatutos porque não é do interesse dos minoritários. Caso algum acionista fosse vender hoje suas ações teriam uma perda de 7 euros por ação em um período de três anos, levando-se em conta a cotação atual da PT e da PTM e os dividendos futuros.
Defesa da OPA
A Sonaecom também divulgou nesta quarta-feira, um documento de resposta à PT onde desmonta os argumentos da operadora para defender-se da OPA.
A PT considera que as OPAs nas telecomunicações têm oferecido 7,5 vezes o Ebitda, enquanto que a Sonae, pelas contas da PT, oferece 6,3 vezes. Segundo a Sonaecom o Ebitda da PT caiu 2,6% até setembro, depois de ajustado à provisão da Angola Telecom.
Para a Sonaecom, a PT utilizou dados antigos do ano fiscal de 2005 para ajustar o Ebida e não mencionou as OPAs feitas à Cesky Telecom (6,4 vezes) e a TDC (6,4 vezes).
Sobre a Vivo, a Sonae salienta que a PT divulga que o Ebitda desta operação "está crescendo lentamente? enquanto o Ebitda da Vivo em moeda local caiu 24,7% de setembro de 2005 a setembro de 2006.
A Sonae ainda ironiza sobre o plano estratégico da PT "de encontrar oportunidades de criação de valor nos seus mercados naturais", destacando que "a última vez que a PT considerou ter visto uma oportunidade de criar valor foi na Vivo".