Para garantir a procedência, qualidade e milho da soja e milho, a Belagricola, grupo dedicado ao agronegócio e comercializadora de grãos e insumos, com relevante atuação nos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina, decidiu investir num projeto arrojado de rastreamento com uso de dispositivos de Internet das Coisas (IoT) que fornece dados de medição registrados na plataforma de blockchain.
O projeto foi apresentado nesta terça-feira, 24, durante o evento promovido pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, que pretende estudar os casos de usos de blockchain em diferentes setores de mercado e incluir cursos sobre o tema a partir do ano que vem.
Claiton José Silveira de Souza, gerente operacional da área de Grãos da Belagrícola, disse que o projeto surgiu a partir das exigências dos compradores de outros países, principalmente da China, para que os grãos tivessem melhor qualidade e informações de procedências transparentes. O executivo explica que nesse mercado, geralmente, a empresa é que é certificada pelo comprador e não os produtos comercializados. Problemas de contaminação, infestação de insetos, bolor nos armazéns, entre outros, são comuns nesse setor.
Para mudar esse cenário, a empresa resolveu disponibilizar informações confiáveis e de qualidade para os clientes, com adoção da IBM Agritech Platform, que une Computação Cognitiva, Internet das Coisas, Blockchain e dados meteorológicos da Weather Company, uma empresa de informações climáticas adquirida pela IBM. Contou apoio do parceiro especializado SBR- Sistema Brasileiro de Rastreabilidade.
A Belagricola criou três pilares: Gestão de Pátio, que faz o recebimento das cargas, classificação, moegas, armazenagem e produção; Gestão de Qualidade, que além da qualidade se incube do fluxo da operação e da conservação; Gestão de Estoque, que cuida do estoque, da aera contábil-fiscal, comercial e integração.
Nessa cadeia, os resultados dos testes de laboratórios com as informações intrínsecas e extrínsecas dos grãos são gravados no blockchain de forma automática pelo IoT, fornecendo a categorização dos grãos da moendas e silos, aplica um selo digital da qualidade do lote, um diferencial competitivo que dá garantia de procedência e qualidade do memso com as informações disponibilizadas para as tradings compradoras e indústria alimentícia.
Dessa forma, a empresa controla todo o ciclo, que vai da lavoura à indústria, passando pelo processo de armazenamento e logística, tendo como benefícios a garantia da certificação dos armazéns e dos produtos, uso de equipes menores e mais qualificadas, mais automação nos processos e procedimentos para evitar erros e dar mais transparência e tecnologia de informações integradas.
Doações
Outro projeto apresentando no evento que está usando blockchain é o Welight, uma entidade que pretende transformar o planeta positivamente apoiando ONGs de diferentes objetivos, com doações de consumidores na hora da compra, sem que tenham que fazer qualquer pagamento. Como um programa fidelidade, basta o cliente indicar a entidade para que o lojista on line faça a doação de uma porcentagem da venda.
As arrecadações e aplicações nas ONGs parceiras da Welight são comprovadas pelo blockchain, mostrando o impacto que as doações ocasionam, abertas a quem queira consultar.
O mercado de redes de afiliação é estimado em US$ 40 bilhões, com 175 milhões de consumidores online, sendo que as ferramentas de doação internacionais recebem cerca de 2% desse montante.
Para que a doação seja feita pelo e-commerce, basta o interessado preencher um pequeno cadastro na Welight e indicar a plataforma na hora da compra.
Além da transparência na arrecadação e aplicação dos recursos, a Welight está trabalhando numa plataforma para que as ONGs possam comprovar o impacto transformador das iniciativas, reunindo documentos, vídeos, fotos, etc, que será disponibilizada pelos interessados.Também pretende lançar em breve uma ferramenta de comparação de preços do varejo.