Snowden vê reforma dos programas de espionagem da NSA como 'ponto de inflexão'

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O ex-técnico colaborador da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, elogiou o plano do presidente Barack Obama de reforma dos programas de vigilância do órgão de inteligência, principalmente a intenção de pôr fim à prática de armazenamento de dados telefônicos em massa. Ele classificou o plano como um "ponto de inflexão" no debate sobre privacidade e segurança.

A declaração de Snowden foi feita durante reunião com a organização American Civil Liberties Union, que está coordenando sua representação legal contra as acusações de vazamento de documentos confidenciais do governo dos EUA. "Isso marca o início de um novo esforço para recuperar nossos direitos e restaurar o 'espaço público'", disse Snowden, segundo o site Business Insider.

Na segunda-feira, 24, a Casa Branca anunciou pretende criar uma lei que reforma drasticamente a forma como a NSA recolhe "metadados" de telefonemas de americanos. Ao fazer isso, Snowden disse Obama admitiu a existência do programa de coleta de dados em massa da NSA.

"A primeira audiência pública em um tribunal que fez o contraditório a esses programas os declarou orwellianos [em alusão à obra de George Orwell] e provavelmente inconstitucional… O Congresso está considerando o histórico, ainda que as reformas sejam incompletas. E o presidente Obama já confirmou que os programas de vigilância em massa, mantidos em segredo do público, são de fato desnecessários e deve ser encerrados", disse Snowden.

Pela proposta de Obama, a NSA não será mais a responsável por coletar e armazenar os chamados metadados a partir de telefonemas entre americanos em massa, e somente poderia obter registros específicos com a permissão de um juiz, usando um novo tipo de ordem judicial. O novo tipo de ordem judicial, no entanto, obriga que as operadoras de telefonia forneçam rapidamente registros em um formato de dados tecnologicamente compatível, incluindo a disponibilização, de forma contínua, de dados sobre todas as novas chamadas feitas ou recebidas após a ordem ser recebida.

Mas isso não muda a posição do governo americano de que ele deve ser expulso e retornar aos EUA para enfrentar um julgamento sob acusação de espionagem. Snowden está sob crescente escrutínio nos últimos dias, depois que autoridades americanas, que pediram para não ser identificadas, afirmaram ao The Wall Street Journal que estavam "muito nervosos" devido a capacidade repentina da Rússia de evitar métodos de espionagem da NSA. Elas não mencionam Snowden, que vive em asilo temporário na Rússia, mas claramente está implícito que ele tem de alguma forma ajudado o regime do presidente russo Vladimir Putin.

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