Entrega contínua de aplicativos é saída para mudanças fiscais

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Quem trabalha com software fiscal sofre com as constantes alterações na legislação tributária brasileira. Tais mudanças afetam diretamente os "entregáveis" das empresas para a Receita Federal e, consequentemente, as aplicações que geram esses entregáveis. Este fator deixa as áreas de tecnologia e os usuários fiscais das corporações bastante preocupados, pois, muitas vezes, as fábricas de software não conseguem desenvolver as alterações das funcionalidades nos aplicativos a tempo da data estipulada pelo Fisco.

Normalmente, as fábricas de software têm um ciclo de entrega longo, ou pior, a cada entrega o produto tem de ser atualizado por inteiro. O processo é moroso e muito custoso para as empresas, além do risco de autuação ou, até mesmo, de penalidades para as corporações.

A entrega contínua, no entanto, ameniza os impactos das constantes alterações da legislação. Tal modalidade é a possibilidade do aplicativo se adaptar aos fatores de mudança externa sem vinculá-los uns aos outros, como as alterações legais, as mudanças de estratégia de negócio ou os retornos dos usuários. Ou seja, a alteração no sistema e a entrega da atualização do aplicativo podem ser feitas individualmente e no momento correto da demanda, causando o menor impacto possível nas demais funcionalidades do produto. Dessa maneira, as fábricas de software e as corporações podem fazer um planejamento para a entrega da alteração no ambiente corporativo, diminuindo o risco de penalidades do Fisco.

O processo de entrega contínua consiste basicamente em três fases — definição, operação e mensuração. A primeira etapa é quando levantam-se os requisitos da aplicação para definir o escopo das modificações. É nesse momento que se olham as alterações legais publicadas e o backlog do produto baseado no feedback dos usuários e nas mudanças da estratégia do negócio, entre outros fatores importantes. 

Para a segunda fase, o foco é a implantação do escopo já planejado, momento da entrega de valor ao negócio do cliente. Na última etapa, realiza-se a avaliação da aplicação com os retornos dos usuários para, dessa forma, colher os indicadores do sistema.

Todas as informações levantadas na terceira fase são de extrema relevância para o próximo período fiscal, em que se começa a revisar o backlog e o retorno dos usuários para definir o escopo do novo movimento de mudanças.

 Todo este ciclo de desenvolvimento deve ser pensado e adaptado para atender aos usuários de softwares fiscais, visto que os aplicativos sofrem constantes mudanças na legislação, forçando a entrega de alterações no sistema e, até mesmo, a criação de novas funcionalidades.

* José Freire é gestor de tecnologia da Divisão de Aplicativos da Sonda IT.

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