Metade das lan houses no Rio de Janeiro são ilegais

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A informalidade é a principal característica das lan houses no Rio de Janeiro e cerca de 50% dos negócios de venda de acesso à internet por hora são ilegais, conforme aponta levantamento feito pela Riosoft, agente do programa federal Softex no estado, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas fluminense (Sebrae/RJ).
A pesquisa abrangeu o bairro de Copacabana, o centro do Rio de Janeiro e a comunidade da Rocinha, em São Conrado. O diretor executivo da Riosoft, Benito Paret, afirmou que a situação é ainda mais preocupante na Rocinha. "A gente percebeu que das 50 lojas na Rocinha, 100% estão na informalidade, não são legalizadas", disse.
Estima-se que existam no Brasil cerca de 3 mil empreendimentos desse tipo, que respondem pela geração de 7 mil empregos. Paret afirmou que as lan houses têm uma grande dificuldade para se legalizar, principalmente se estão em áreas de comunidades carentes. "Você não tem endereço na favela", destacou.
Ele observa ainda que outra grande dificuldade para se iniciar um negócio formal em uma comunidade carente são os altos custos. "Tem que pagar impostos maiores." Paret ressaltou, entretanto, que, embora os impostos sejam um entrave, a maior dificuldade é o perfil desse tipo de empresa.
Nos centros urbanos, as lan houses que atendiam a classe média acabaram sofrendo um esvaziamento, devido à redução do preço dos computadores e à oferta maior de conexão à internet. "Essas coisas começaram a tornar o acesso mais fácil para as pessoas. E a necessidade de uma lan house ficou muito menor para a classe A e B. Sobram as classes C, D e E, que têm mais dificuldade", afirmou o diretor executivo, ao citar as classes que mais frequentam esses estabelecimentos.
O estudo da Riosoft revelou que o principal serviço prestado pelas lan houses atualmente é o acesso à internet, que responde por 30% do total, além de jogos em rede e gravação de CD ou DVD. Paret salientou a importância desses estabelecimentos nas comunidades carentes, uma vez que, além de serem um centro de serviços, funcionam como espaço de convivência. "É um ponto onde os jovens se encontram e se reúnem."
No universo pesquisado pela Riosoft e pelo Sebrae/RJ, 66,2% das lan houses têm até três anos de funcionamento, 73,3% apresentam ganhos anuais de até 100 salários mínimo e pagam em média R$ 517 mensais a seus empregados. As informações são da Agência Brasil.

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