Uso eficaz dos dados pode gerar US$ 1,6 tri nos próximos quatro anos, estima estudo

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Uma melhor utilização dos dados por empresas, órgãos públicos e instituições dos mais variados segmentos poderia gerar um "dividendo de dados" de US$ 1,6 trilhão, apenas nos próximos quatro anos. Além disso, economistas estimam que os ganhos de eficiência gerados por meio da tecnologia da informação podem agregar quase US$ 15 trilhões ao PIB global até 2030.

A análise consta no estudo global "Qual é o 'x' da questão com relação a dados?", da BSA – The Software Alliance divulgado nesta terça-feira, 27. O relatório fornece exemplos sobre como as pessoas estão melhorando suas vidas com as respostas provenientes dos dados, desde praticidades do cotidiano e melhor planejamento urbano até previsões de crises climáticas com maior antecedência e descobertas da área de saúde que salvam vidas.

O levantamento revela que mais de 90% dos dados existentes no mundo hoje foram criados apenas nos últimos dois anos. Agora, a taxa de produção de dados dobra a cada dois anos. Somente no ano passado, o mundo digital gerou dados suficientes para preencher uma pilha de DVDs com extensão igual a uma viagem de ida e volta da Terra até a Lua. Atualmente, cerca de 2,5 quintilhões de bytes são criados todos os dias.

O relatório da BSA observa que saber interpretar esse volume de informações, transformando dados em respostas, é o grande desafio na área de TI. "O maior desafio é saber como aproveitar esses dados e colocá-los em ação", afirma Victoria Espinel, presidente e CEO da BSA. "Os dados devem ser coletados, armazenados, analisados e convertidos para que se chegue a resultados significativos e tomadores de decisões devem entender a importâncias das políticas que permitem que isso aconteça".

De acordo com Victoria, o estudo  também permite uma compreensão muito maior dos dados como uma ferramenta inovadora e transformadora e das melhorias substanciais em sua análise, que estão ajudando as pessoas a encontrarem soluções inesperadas. "Ele também desmistifica a ideia errônea de como os dados são coletados e usados na maioria das vezes, já que dificilmente há invasão da privacidade alheia", diz.

A CEO da BSA diz que há uma oportunidade considerável que legisladores e órgãos reguladores têm de estabelecer regras claras que promovam o fluxo livre de dados entre fronteiras e invistam na tão necessária força de trabalho de TI, a fim de abrir mercados e permitir inovação nas empresas. "O uso inovador de dados pelas pessoas está causando mudança e progresso extraordinários ao redor do mundo. Seus esforços em relação aos dados estão capacitando outras pessoas e comunidades e ajudando empresas a usar recursos de modo mais eficaz", explica Victoria. "Com o crescimento da economia movida a dados, novos softwares continuarão a nos ajudar a compreendê-los melhor e transformá-los em soluções mais reais e práticas", finaliza.

COMO OS DADOS VÊM MUDANDO VIDAS

Formas como dados e softwares estão se transformando em respostas que melhoram vidas:

  • Previsões de crises climáticas com mais antecedência: Ao utilizarem análise de dados e sensores marítimos que monitoram ondas, correntes e outros dados, pesquisadores estão prevendo com mais precisão tsunamis e outros desastres naturais, possibilitando o salvamento de milhares de pessoas que vivem em áreas litorâneas ameaçadas por tsunamis.
  • Mais "prematuros" salvos: Ao rastrearem mais de mil pontos de dados por segundo, pesquisadores surpreenderam médicos ao descobrir que crianças nascidas prematuramente com sinais vitais estranhamente estáveis correlacionavam-se a casos de febre grave no dia seguinte, o que permitiu que os médicos tomassem medidas preventivas e salvassem vidas.
  • Redução de tempos de trajeto. Estocolmo, na Suécia, instalou 1,6 mil sistemas GPS em táxis para coletar dados sobre fluxos de tráfego, depois utilizou software para analisar os dados de tráfego e instruir os planos da cidade para a redução do congestionamento. O resultado?  O tráfego foi reduzido em 20%, os tempos de trajeto foram cortados pela metade e as emissões por veículos diminuíram 10%.
  •  Maior produtividade agrícola: Agricultores dos Estados Unidos à Índia estão usando dados de sementes, satélites, sensores e tratores para tomar decisões melhores sobre o que cultivar, quando plantar, como monitorar o frescor dos alimentos da fazenda ao prato e como se adaptar às mudanças climáticas.
  • Planejamento de edifícios eficientes no uso da energia. Nos Emirados Árabes Unidos, novas ferramentas de dados estão sendo usadas para projetar o primeiro edifício de "energia positiva" do mundo, que produz mais energia do que consome. Se for bem-sucedido, esse modelo poderá ser implementado no mundo todo e ter grande efeito sobre nossa emissão global de carbono.
  •  Melhoria no setor de aviação: Os dados estão sendo utilizados para melhorar o desempenho dos voos, reduzir turbulências, aumentar a segurança e identificar defeitos em motores 2.000 vezes mais rápido do que antes. Os dados de aviação também estão ajudando no planejamento de rotas de voo e permitindo que as tripulações saibam que uma peça precisa de substituição antes que ela falhe.
  • Construção de cidades inteligentes: Barcelona está aproveitando dados para construir uma cidade mais inteligente, permitindo às autoridades locais analisar os padrões de tráfego, decidir onde colocar estações de aluguel de bicicletas e identificar quais regiões da cidade precisam de mais caixas eletrônicos.

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