Banda Larga cresce 40% no Brasil em 2006

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O número de conexões em banda larga no Brasil no ano passado teve crescimento de 40,1% em relação a 2005. Isso representou mais de 1,6 milhão de novas conexões, perfazendo cerca de 5,7 milhões de usuários ao fim de 2006, um dos maiores contingentes de banda larga na América. Os dados são da quarta edição do Barômetro Cisco de Banda Larga, divulgada nesta quarta-feira (28/2), a qual constatou que, em apenas seis anos de existência (2001-2006), a banda larga no país cresceu 1.639%, o que equivale a mais de 5,3 milhões de novas conexões.

A demanda por maiores velocidades também aumentou no período. Os acessos em banda larga com velocidades acima de 512 Kbps passaram de 21% do mercado total, em dezembro de 2005, para 37% no fim do ano passado. Já os acessos superiores a 1 Mbps saltaram de 2% do mercado total para 22% no mesmo período.

?Esse crescimento se deve, em parte, ao fato de os usuários de internet terem intensificado o uso de novas aplicações que demandam velocidades maiores, como o download de música (iTunes) e serviços de vídeo (YouTube), entre outros?, explica Pedro Ripper, presidente da Cisco no Brasil. ?As classes de mais baixa renda, como foi mostrado em estudos do ano passado, tiveram incentivos fiscais para aquisição de PC, criando assim, maior procura pelos serviços de banda larga, um dos principais motivadores para o investimento em um computador pessoal.?

Um dos principais fatores que contribuíram para a oferta de serviços banda larga com maiores velocidades e a expansão da base de assinantes no Brasil, segundo o estudo, foi o aumento da concorrência entre as operadoras de TV a cabo e de telefonia. A competição resultou em uma queda de preço de aproximadamente 8%, com maior incidência nas faixas superiores de velocidade.

O uso dos serviços dedicados de acesso à internet, conhecidos como IP dedicado, e focados para o segmento corporativo, também registrou crescimento ? cerca de 27% na comparação anual, representando um aumento de 18 mil novas conexões. No entanto, a participação do IP dedicado e da banda larga variou pouco. A do IP dedicado, entretanto, teve uma queda de 0,16%, fechando o ano com 1,46% do mercado total.

O Barômetro mostra que a distribuição dos acessos em banda larga por região geográfica não sofreu alterações significativas no ano passado, com a região Sudeste ainda concentrando a maior parte dos acessos (60,7%). Todas as demais regiões representam apenas 39,3% dos acessos totais.

Ainda de acordo com o estudo, no segundo semestre de 2006 o número de acessos em banda larga para o segmento corporativo cresceu 20,8% e o residencial 20,3%. Os usuários residenciais ainda são os principais consumidores de banda larga no Brasil, representando 86,6% do total de conexões ativas em dezembro de 2006. O mercado residencial beneficiou-se da concorrência entre provedores, queda de preços de PCs e o aumento da capilaridade das redes dos provedores. O crescimento do mercado corporativo foi impulsionado, principalmente, pelas médias empresas.

O acesso via xDSL (linha telefônica) ainda equivale a 78,2% das conexões de banda larga existentes no país, reflexo dos investimentos e infra-estrutura implantada pelas operadoras de telefonia. As conexões via cabo coaxial ? oferecidas pelos provedores de serviços de TV por assinatura ? continuam ganhando participação de mercado, mas o crescimento ainda fica bastante limitado pela baixa capilaridade das redes de TV a cabo no Brasil.

O acesso via cabo no Brasil representou 17,8% do total de acessos em 2006. As operadoras de TV a cabo, embora com restrito alcance geográfico, impulsionaram o mercado de banda larga com preços atraentes vis-à-vis à oferta de pacotes (bundles), como o triple play. As operadoras de telefonia ainda continuam sendo o motor de crescimento do mercado de banda larga no Brasil, mas as operadoras de TV por assinatura continuam investindo fortemente em maiores bandas e novos produtos.

Para Ripper, a partir de agora, considerando a forte correlação entre preço e demanda por serviços banda larga, serão necessários novos mecanismos para redução dos preços, incluindo benefícios fiscais, a exemplo do que o governo federal fez em relação à compra de computadores, e uma regulamentação focada para incentivar a universalização do serviço de banda larga e a utilização de novas tecnologias de acesso, tais como redes wireless mesh. ?Se isso acontecer, poderemos manter o mesmo ritmo acelerado de crescimento para os próximos anos?, completa.

O Barômetro Cisco de Banda Larga é uma iniciativa que visa a promover e prover ações para um rápido crescimento de conexões banda larga na América Latina. A Cisco patrocina o estudo, que é realizado pela IDC Brasil a cada três meses, com o objetivo de mensurar a evolução do número de conexões e do desenvolvimento do mercado brasileiro de banda larga.

Como parte dessa visão de promover a aceleração do crescimento de banda larga no Brasil, a Cisco propôs uma meta de alcançar 10 milhões de conexões de alta velocidade até o ano de 2010 e, assim, impulsionar o desenvolvimento econômico, a competitividade e a produtividade dos países.

Para esta edição, foram entrevistados os principais provedores de acesso à Internet (ISP). A avaliação é resultado de uma pesquisa primária, com analistas especializados e ampla experiência no mercado local de telecomunicações, e de uma pesquisa secundária, que envolveu estatísticas oficiais, agências de regulamentação e mídia especializada.

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