Após queda das ações, empresas chinesas começam a recompor o capital com recompra

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Passada a onda de vendas de ações que varreu o mercado de capitais nos Estados Unidos no início deste mês, levando a um selloff global (quando os investidores optam por vender rapidamente os ativos que possuem, geralmente após alguma notícia negativa), principalmente de companhias chinesas com ações listadas nas bolsas americanas, cujos papéis caíram mais de 30% desde junho, elas agora começam a recompor seu capital comprando de volta as ações.

O gigante chinês do comércio eletrônico Alibaba, por exemplo, planeja recomprar US$ 4 bilhões em ações ao longo de dois anos, enquanto o Conselho de Administração da número dois do e-commerce na China, a JD.com, autorizou a recompra de US$ 1 bilhão. O mesmo caminho será trilhado pelo Baidu, que também anunciou a recompra de US$ 1 bilhão em papéis, como parte de seu plano anunciado em julho. Além disso, a empresa de jogos eletrônicos NetEase anunciou que vai aumentar suas recompras em cerca de cinco vezes, para US$ 500 milhões.

Os programas de recompra, de acordo com índice Bloomberg de ações chinesas negociadas em Nova York, registraram os níveis mais baixos nos últimos 18 meses. Os recibos de ações negociados nos EUA (ADRs, na sigla em inglês) caíram devido às preocupações com o ritmo de desaceleração da economia no mundo e, principalmente, na China. A queda levou o indicador de ADR próximo do nível mais baixo desde fevereiro de 2014.

"É um sinal positivo que elas [as empresas chinesas] acreditam em suas oportunidades de crescimento e em suas estratégias", disse Brad Gastwirth, diretor-executivo da ABR Investment Strategy, à Bloomberg. "Mais empresas podem seguir o exemplo se as ações continuarem a ser negociadas com descontos. Mas há certamente uma pressão de venda de instituições nos EUA, dadas às incertezas na região."

De fato, as ações chinesas têm puxado para baixo os índices das bolsas. As ações do Alibaba, por exemplo, caíram 50%, desde a alta recorde de novembro do ano passado, sendo negociadas abaixo do preço de sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que era de US$ 68 a ação. Já os papéis da JD.com perderam 32% desde a alta em junho, enquanto os do Baidu recuaram 41% neste ano.

As companhias analisadas pelo benchmark Bloomberg ADR já tiveram autorizadas a recompra de um total de US$ 7,6 bilhões em ações neste ano, o que pode colocar seus papéis no caminho certo. E há diferentes motivações para que aumentem suas recompras neste momento. Para algumas, é o preço mais barato dos papéis, enquanto para outras o motivo é passar uma mensagem de confiança aos investidores em relação ao futuro da empresa. Ou, então, sinalizar que a empresa procura de maneiras de maximizar o retorno aos acionistas, ou simplesmente tentar reverter o desempenho negativo.

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