Com forte queda no lucro, Xerox confirma plano de se dividir em duas empresas

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A Xerox confirmou nesta sexta-feira, 29, os rumores que circularam esta semana de que planeja se dividir em duas empresas e dar três assentos no Conselho de Administração a representantes do megainvestidor ativista Carl Icahn, que em novembro do ano passado adquiriu 8,1% de participação na empresa, fazendo com que seu fundo de hedge se tornasse o segundo maior acionista, atrás apenas do Vanguard Group — nesta sexta, ele anunciou que aumentou a participação para 9,12%, por meio da aquisição de mais 10 milhões de ações.

A decisão de fazer o spinoff (separação), na opinião de observadores do mercado, se deve ao fato de a Xerox não ter sido bem-sucedida em seu esforço para unir a divisão de serviços corporativos com a área de copiadoras e impressoras. Ela informa que vai se dividir em duas empresas de capital aberto, independentes, uma delas voltada para a gestão de documentos e a outra com atuação focada no segmento de serviços. A operação vai resultar no desdobramento das ações (split) da companhia.

Em comunicado, a Xerox disse que ainda não escolheu os executivos que irão comandar as operações nem os nomes das empresas. A divisão de impressão encerrou 2015 com receita de cerca de US$ 11 bilhões e perto de 40 mil funcionários, espalhados por vários países, inclusive o Brasil, enquanto a unidade de serviços corporativos contabilizou receita de cerca de US$ 7 bilhões e terminou o ano com 104 mil empregados, globalmente.

A previsão é que o spinoff seja concluído até o fim deste ano. Em razão da separação, a Xerox disse que vai implementar também um plano de redução de custos, com duração de três anos, que tem como objetivo economizar US$ 2,4 bilhões no período.

Desempenho fraco

Em 2010, a Xerox adquiriu a Affiliated Computer Services, por cerca de US$ 6 bilhões, fazendo com que concentrasse ainda mais o foco no fornecimento processamento de folha de pagamento, gestão de call centers e outros serviços de back-office para órgãos governamentais e grandes corporações, o que não se mostrou uma boa estratégia. Embora gere em vendas anuais totais de cerca de US$ 20 bilhões, a empresa hoje tem um valor de mercado menor que US$ 10 bilhões. No ano passado, as ações da Xerox perderam mais de um quarto do seu valor e neste primeiro mês do ano já reduziram mais 13%.

Em outubro do ano passado, depois de anos de queda nas vendas e declínio do lucro, a CEO Ursula Burns disse que a empresa estava promovendo uma revisão estratégica de suas operações, um mês depois de Icahn dizer que iria buscar discutir o futuro da empresa. Os dois mantiveram conversações sobre o plano de separação, e ambos concordaram em grande parte sobre as mudanças na companhia, segundo apurou o The Wall Street Journal, que havia noticiado em primeira mão na quinta-feira, 28, o plano de separação.

A Xerox também divulgou nesta sexta-feira os resultados financeiros do quarto trimestre e de todo o ano de 2015. Embora o lucro no último trimestre do ano tenha aumentado 43%, de US$ 200 milhões um ano antes para US$ 285 milhões, neste ano o lucro despencou 52%, passando de US$ 1 bilhão em 2014 para US$ 488 milhões. A receita teve o mesmo comportamento, mas com um recuo menor. No quarto trimestre, totalizou US$ 4,6 bilhões, declínio de 8% na comparação com igual período de 2014, quando totalizou US$ 5 bilhões. No ano, a queda também foi de 8%, de US$ 19,5 bilhões para US$ 18 bilhões.

Apesar do desempenho financeiro fraco, as ações da Xerox operavam em alta de quase 7% na Bolsa de Nova York, negociadas a US$ 9,86 às 13h15 (no horário local).

2 COMENTÁRIOS

  1. No penúltimo parágrafo não seria $488 milhões ao invés de $488 bilhões ? Já que houve queda de 52% no lucro se comparado com o ano de 2014, onde nesse o lucro foi de $1 bilhão ?

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