Social business se torna estratégia-chave da HP no mercado corporativo

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Com a aquisição controversa da Autonomy, software house inglesa com foco em business analytics, a HP deu um passo importante para se tornar um player na área de software para negócios e social business. Segundo Mike Lynch, ex-CEO da empresa e atual vice-presidente de gerenciamento da informação da HP, os dados não estruturados representam 85% do total das informações hoje disponíveis e crescem 62% ao ano, enquanto os dados estruturados equivalem a 15% do total e crescem a taxa de 22% ao ano.

Por esse motivo, business analytics tem se revelado uma estratégia importante para os grandes fornecedores de TI, como IBM, SAP e Oracle, o que justificaria a aquisição da Autonomy por um valor acima da cotação de mercado. Esse posicionamento foi revelado durante o primeiro dia do Discover 2011, evento voltado a clientes da empresa, que acontece até esta quarta-feira, 30, em Viena, na Áustria. Os clientes são dos países que compõem a região chamada de EMEA, que engloba a Europa, Oriente Médio e África.

"O T de TI mudou muitas vezes: mainframe, cliente-servidor, IP, cloud computing. O importante são as máquinas estarem mais perto da informação humana, traduzidas por áudio, vídeo, social mídia, informações não estruturadas", explicou Lynch, para enfatizar a estratégia batizada de Information Optimization, em que novas soluções ajudam as empresas "instant on" a usar as informações, a intuição e ideias, transformando-as em visões para a melhor tomada de decisões. "Uma explosão de dados está sendo gerada por novas fontes de informação que desafiam os métodos tradicionais de armazenamento e análise de informações. Além disso, a crescente quantidade de 'informações extremas', geradas a partir de sensores e marcadores, fornecem novas oportunidades para as organizações explorarem. Essa continuidade completa de dados apresenta desafios reais às empresas de hoje"’, enfatizou.

De acordo com Ives de Talhouet, vice-presidente sênior e ex-diretor da HP na França por cinco anos, pesquisas mostram que 48% das organizações não têm uma efetiva e clara estratégia de informação, sendo que 35% declaram um não efetivo acesso as informações quando precisam ter certeza sobre operações legais e de acordo com as regras de conformidade. Isso está ligado à explosão das informações, já que hoje, por exemplo, são escritos 97 mil tuites por segundo, 12 milhões de mensagens de texto a cada minuto e 294 bilhões de e-mails por dia, de acordo com pesquisas encomendas pela HP.

A solução da HP voltada para atender esse desafio, anunciada durante o evento, foi a versão IDOL 10 da Autonomy, combinada com a solução da Vertica, outra empresa recém-adquirida pela HP. A ideia com a união das duas soluções é possibilitar a captura o valor da tecnologia para disponibilizar entendimento para a de tomada de decisão baseada em informações estruturadas e não estruturadas, não em palavras chaves e tags. Dessa maneira, a HP espera oferecer uma estratégia mais competitiva em relação a IBM no segmento de business analytics, incluindo um appliance similar ao Netezza, para mineração de dados em grande escala, o big data, inclusive nas redes sociais.

A plataforma IDOL 10 faz com que as organizações compreendam automaticamente e atuem em uma combinação de informações humanas, identificando ideias e padrões utilizados em tempo real. A combinação de uma camada de processamento de informações, com um mecanismo de análise em tempo real de alto desempenho da Vertica,  permite que as organizações analisem 100% das informações não estruturadas, semi-estruturadas e estruturadas de maneira consistente e uniforme.

A HP Social Intelligence Solution, também anunciada no evento, ajuda as organizações a utilizarem dados não estruturados gerados em canais de mídia social para otimizar a experiência do cliente, gerenciar a reputação da marca, aprimorar os recursos e gerar a inovação do produto. São mais de 300 conectores analisando informações de fontes variadas, de acordo com o contexto.

De acordo com pesquisas divulgadas pela HP no evento, quase 50% dos executivos de negócios e de tecnologia indicaram que não possuem estratégias de informação eficientes que englobam os silos organizacionais, tecnologia e funções de negócios estratégicas. Além disso, apenas 2% dos executivos disseram que a área de TI pode fornecer imediatamente as informações necessárias para adquirir a visão necessária para gerar resultados comerciais assertivos em todos os momentos. Na América Latina, 30% dos executivos entrevistados disseram que suas organizações não alinham suas estratégias de informação com as principais prioridades de negócios. Entretanto, 53% afirmaram que entre 51% e 100% das informações e dados coletados por suas organizações está desconectada, desencontrada ou não é útil.

Para David Scott, vice-presidente sênior da HP, a deduplicação é a tecnologia-chave para esses requisitos, pois as tecnologias atuais trabalham em silos incompatíveis, com escalabilidade limitada, recuperação lenta quando se precisa de backup e sempre os SLAs (acordos de nível de serviço) falham. Segundo ele, a proposta da HP é a deduplicação federada, denominada StoreOnce, que recupera dados na velocidade de 28 TB por hora.

Srini Koushik, vice-presidente de estratégia de serviços enterprise da HP, disse que capturar, integrar e extrair valor da social media significa entender melhor o cliente, proteger a reputação, dar mais poder aos funcionários da linha de frente para responder aos consumidores, fornecer "insights" para o desenvolvimento de produtos. "Por isso, a HP aposta na oferta de serviços para gerar alinhamento estratégico aos clientes, como a oferta de planos de negócios, centros de competência, provas de conceito e implementação. Oferecemos soluções que vão desde maximizar a performance até a prova de conceitos"’, explica.

*O jornalista viajou à Áustria a convite da HP.

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