Apple prepara terreno para recomprar ações em larga escala a partir do segundo trimestre

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A Apple vai anunciar uma atualização do seu programa de recompra de ações no próximo mês — provavelmente junto com a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre do ano fiscal de 2015, prevista para o dia 27 de abril, após o fechamento dos mercados. A expectativa é que o Conselho de Administração aprove um aumento de US$ 35 bilhões a US$ 45 bilhões para a recompra de papéis.

Com as ações da Apple negociadas atualmente num patamar de 13 vezes na relação preço-lucro (P/E, na sigla em inglês), o Conselho deve continuar a olhar as recompras como a forma adequada de retornar os ganhos de capital aos acionistas, diz o analista Neil Cybart, fundador da consultoria Above Avalon, em artigo para o Seeking Alpha, site especializado no mercado financeiro. "Supondo que o preço da ação permaneça na faixa de valor atual, a Apple provavelmente vai continuar a recomprar ações a um ritmo de US$ 45 bilhões ao ano", avalia ele.

A Apple iniciou seu programa de recompra de ações em 2012. Nos dois anos seguintes, o ritmo de recompra excedeu a sua própria previsão. A autorização inicial era de gastar US$ 10 bilhões em três anos, mas, em poucos meses, a fabricante já havia comprado de volta US$ 10 bilhões em papéis. A projeção é que o total atinja US$ 60 bilhões até fim deste ano, como parte de um programa de recompra cumulativo anunciado em abril de 2013.

O programa de recompra de ações agressivo da Apple mostra a confiança da empresa no futuro da sua linha de produtos, bem como a crença de que a cotação atual dos seus papéis continua a ser atraente para readquiri-los. No ano passado, o Conselho autorizou um aumento de US$ 30 bilhões para recompras, mas estipulou um cronograma para a conclusão do programa. A Apple acabou realmente comprando de volta cerca de US$ 30 bilhões. Tudo indica que o Conselho está dando à diretoria executiva um pouco mais de liberdade para julgar qual é o ritmo adequado de recompra de ações, dada a valorização dos papéis da empresa.

A Apple tem atualmente US$ 90 bilhões de recompras acumulados, dos quais ainda restam US$ 17 bilhões. Em quanto o Conselho vai aumentar a autorização de recompra vai depender de quanto de dinheiro terá à sua disposição para retorno de capital. Embora ela tenha US$ 178 bilhões em caixa, apenas US$ 20 bilhões estavam "localizados" nos EUA no início deste ano. Se forem considerados o fluxo de caixa nos EUA e recursos de caixa livre esperados de emissões de dívida, a Apple terá aproximadamente US$ 75 bilhões para recompras de ações e pagamento de dividendos.

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